Vida de aposentado
* Por Silvana Alves
Os desafios, as lutas e a esperança de um futuro melhor para esta classe
Eles são a cara do Brasil. Eles têm 45, 50, 65 ... 80. Eles são a parte forte da construção da sociedade. Trabalharam anos sonhando em um dia apenas aproveitar o melhor da vida. Essas pessoas que descrevo são os milhões de aposentados que hoje lutam para manter uma vida digna. Outros não param em nenhum momento e continuam trabalhando e poucos aproveitam os dias que não precisam mais trabalhar.
Como o caso do aposentado Raulino da Silva, 68 anos. De origem humilde, mas com um sorriso que contagia, é um exemplo de aposentado que vê alegria em tudo.
“Trabalhei por quase 30 anos. A aposentadoria veio pela idade” diz.
Mesmo aposentado e recebendo pouco mais de um salário, seu Raulino ainda trabalha num supermercado no setor de pacotes. O motivo: “Quando me aposentei o meu chefe disse para eu ficar um pouco mais, aí eu fiquei. Com os dois salários consigo uma renda maior” diz.
Casado e pai de duas filhas, o senhor baixinho, de pele branca e olhos claros, conta que quando era jovem, pensava que não ia chegar a se aposentar.
“Pensava em um dia me aposentar, mas pensava também que não ia chegar lá. Eu trabalhei muito como servidor público, em outros supermercados e outros lugares. Eu nunca gostei da vida de aposentado, peço sempre para Deus que me dê saúde e vida para eu trabalhar. O salário para quem se aposenta não é muito, mas dá para viver, desde que não tenha pessoas doentes na família. Graças a Deus, em casa ninguém precisa de remédios” declara.
Trabalhando quase 8h por dia, seu Raulino fala que pretende, sim, parar de trabalhar. “Eu não gosto de ficar parado. Quem fica é porque é acomodado e muitos ficam doentes porque não procuram uma atividade de lazer para fazer. Pretendo parar de trabalhar logo, mas não vou parar. Quero continuar na ativa vendendo alguma coisa, mas fazendo o meu horário” afirma.
Para o futuro dos aposentados nos Brasil Raulino resume que “eu tenho uma vida boa, com saúde e trabalho para complementar a renda. No geral, o Brasil tem que melhorar o salário, as famílias são grandes, os gastos são muitos e é com sacrifício que a maior parte dos aposentados vive. O governo precisa ficar de olho nisto” ressalta.
Outro personagem desta história é o militar da reserva Armando Ayres, 60 anos, que se preparou para a aposentadoria.
“Durante o tempo que estava na ativa, eu me preparei para a transferência na reserva. A adaptação foi fácil, apesar de perder minha esposa antes de ir para a reserva. O lado negativo da reserva é o fato de não ter muito contato com os amigos de trabalho” diz.
Seu Armando, pai de dois filhos, comunicativo e responsável, revelou o que a maior parte dos aposentados sente. A solidão, a falta de pessoas próximas para manter uma rotina cheia de novidades.
Assim como a parte dos militares da reserva, o salário o favorece com uma vida digna e confortável “mas tudo depende de como é administrado” acrescenta.
Sobre o aposentado no Brasil, o militar da reserva, que procura manter uma vida saudável praticando esportes e uma alimentação saudável, faz duras críticas sobre a assistência aos aposentados no país.
“O aposentado infelizmente não tem um salário decente. Mal ganha para poder comprar remédio. Muitos se aposentam depois da idade e já têm a saúde comprometida. Além disto, têm aposentados que assumem compromisso financeiro com a casa, sozinho e com o salário mínimo é difícil ter uma vida com qualidade” expõe.
Seu Armando ainda adverte sobre um fato triste: o desrespeito com o idoso, em locais públicos, onde os idosos deveriam ter preferências.
“As preferências não deveriam estar escritas apenas na lei. É uma questão de respeito às pessoas mais velhas. É uma questão de educar as crianças para se tornarem adultos conscientes no futuro” declara.
Assim como seu Raulino, seu Armando também concorda que depois de se aposentar, a pessoa tem que procurar certa atividade, mas sem compromisso de horário.
“Durante o período que a pessoa trabalhou ela seguiu regulamentos e normas dentro da empresa e cumpriu o dever. Agora é hora de ela fazer os horários e ter uma vida saudável” finaliza.
São apenas dois relatos de vida de pessoas que trabalharam a vida toda, ajudaram na construção do país e hoje, em meio a tantas perdas, desafios e com as incertezas do futuro, não perdem a esperança de um futuro melhor para a sociedade.
* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.
* Por Silvana Alves
Os desafios, as lutas e a esperança de um futuro melhor para esta classe
Eles são a cara do Brasil. Eles têm 45, 50, 65 ... 80. Eles são a parte forte da construção da sociedade. Trabalharam anos sonhando em um dia apenas aproveitar o melhor da vida. Essas pessoas que descrevo são os milhões de aposentados que hoje lutam para manter uma vida digna. Outros não param em nenhum momento e continuam trabalhando e poucos aproveitam os dias que não precisam mais trabalhar.
Como o caso do aposentado Raulino da Silva, 68 anos. De origem humilde, mas com um sorriso que contagia, é um exemplo de aposentado que vê alegria em tudo.
“Trabalhei por quase 30 anos. A aposentadoria veio pela idade” diz.
Mesmo aposentado e recebendo pouco mais de um salário, seu Raulino ainda trabalha num supermercado no setor de pacotes. O motivo: “Quando me aposentei o meu chefe disse para eu ficar um pouco mais, aí eu fiquei. Com os dois salários consigo uma renda maior” diz.
Casado e pai de duas filhas, o senhor baixinho, de pele branca e olhos claros, conta que quando era jovem, pensava que não ia chegar a se aposentar.
“Pensava em um dia me aposentar, mas pensava também que não ia chegar lá. Eu trabalhei muito como servidor público, em outros supermercados e outros lugares. Eu nunca gostei da vida de aposentado, peço sempre para Deus que me dê saúde e vida para eu trabalhar. O salário para quem se aposenta não é muito, mas dá para viver, desde que não tenha pessoas doentes na família. Graças a Deus, em casa ninguém precisa de remédios” declara.
Trabalhando quase 8h por dia, seu Raulino fala que pretende, sim, parar de trabalhar. “Eu não gosto de ficar parado. Quem fica é porque é acomodado e muitos ficam doentes porque não procuram uma atividade de lazer para fazer. Pretendo parar de trabalhar logo, mas não vou parar. Quero continuar na ativa vendendo alguma coisa, mas fazendo o meu horário” afirma.
Para o futuro dos aposentados nos Brasil Raulino resume que “eu tenho uma vida boa, com saúde e trabalho para complementar a renda. No geral, o Brasil tem que melhorar o salário, as famílias são grandes, os gastos são muitos e é com sacrifício que a maior parte dos aposentados vive. O governo precisa ficar de olho nisto” ressalta.
Outro personagem desta história é o militar da reserva Armando Ayres, 60 anos, que se preparou para a aposentadoria.
“Durante o tempo que estava na ativa, eu me preparei para a transferência na reserva. A adaptação foi fácil, apesar de perder minha esposa antes de ir para a reserva. O lado negativo da reserva é o fato de não ter muito contato com os amigos de trabalho” diz.
Seu Armando, pai de dois filhos, comunicativo e responsável, revelou o que a maior parte dos aposentados sente. A solidão, a falta de pessoas próximas para manter uma rotina cheia de novidades.
Assim como a parte dos militares da reserva, o salário o favorece com uma vida digna e confortável “mas tudo depende de como é administrado” acrescenta.
Sobre o aposentado no Brasil, o militar da reserva, que procura manter uma vida saudável praticando esportes e uma alimentação saudável, faz duras críticas sobre a assistência aos aposentados no país.
“O aposentado infelizmente não tem um salário decente. Mal ganha para poder comprar remédio. Muitos se aposentam depois da idade e já têm a saúde comprometida. Além disto, têm aposentados que assumem compromisso financeiro com a casa, sozinho e com o salário mínimo é difícil ter uma vida com qualidade” expõe.
Seu Armando ainda adverte sobre um fato triste: o desrespeito com o idoso, em locais públicos, onde os idosos deveriam ter preferências.
“As preferências não deveriam estar escritas apenas na lei. É uma questão de respeito às pessoas mais velhas. É uma questão de educar as crianças para se tornarem adultos conscientes no futuro” declara.
Assim como seu Raulino, seu Armando também concorda que depois de se aposentar, a pessoa tem que procurar certa atividade, mas sem compromisso de horário.
“Durante o período que a pessoa trabalhou ela seguiu regulamentos e normas dentro da empresa e cumpriu o dever. Agora é hora de ela fazer os horários e ter uma vida saudável” finaliza.
São apenas dois relatos de vida de pessoas que trabalharam a vida toda, ajudaram na construção do país e hoje, em meio a tantas perdas, desafios e com as incertezas do futuro, não perdem a esperança de um futuro melhor para a sociedade.
* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.
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