segunda-feira, 31 de janeiro de 2011




Na hora certa

* Por Núbia Araújo Nonato do Amaral

Abro a porta
mas não acendo
as luzes.
Descalça, sinto
no frio do piso
o vazio à minha
volta.
Nas paredes
pintadas
de novo
sobraram apenas
os sussurros.
Os gerânios
sobre a pia
resistiram
bravamente.
Pelas janelas
que me observam
raios de sol se
esgueiram pelas frestas.
Ainda não estou pronta,
mas deixo escapar
um sorriso ao sentir
a vida jorrando
lá fora.

* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário

7 comentários:

  1. Virar a página e seguir, mesmo sem estar pronta, mesmo com as lembranças ainda tão próximas. Ótimo! Beijos!

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  2. Devo dar "Na hora certa", diria, de início, que a poesia de Núbia convida o leitor e parece-lhe dizer: "Na hora certa, na página da casa, que, não estando pronta, mas com um sorriso encara a vida com otimismo."
    Beleza, poetamiga!
    Beijos

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  3. É uma visão de vida e um sorriso que ainda escapam aos meus sentidos. Mas chego lá!
    E poemas como os seus, nos ajudam a despertar esses sentidos.

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  4. Doce Sayonara, é difícil mesmo...
    É só pensar no dia seguinte, quem sabe
    não será melhor?
    Beijos




    Meu querido poetamigo!
    Obrigado pelo carinho.
    beijos




    Marleuza, a gente chega lá.
    Obrigada pela delicadeza em
    comentar.
    Abraços

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  5. olha vou comentar teu poema com um outro poema.achei muito lindo o que escreveu e acho que a inspiração brota em você se alia ao teu talento e dá nisso aí,poemas lindos.

    Se as coisas são inatingíveis... ora!
    Não é motivo para não querê-las...
    Que tristes os caminhos, se não fora
    A presença distante das estrelas!
    Mário Quintana

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  6. Pareceu-me que a personagem quer enfrentar a vida lá fora, mas ainda não tem coragem. Está quase pronta,e o enfrentamento está próximo. Torço para que consiga.

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  7. Edu, que lindo comentário Quintana
    é um dos meus favoritos.
    Grande beijo



    Mara
    Também torço...
    Obrigada por comentar.

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