terça-feira, 18 de janeiro de 2011




Chorando até Baurim

* Por Talis Andrade

Nada neste mundo
é permanente
Vive teu eu
a cada instante
sem cobranças

Não intentes
a pessoa amada
seja a mesma carne
desfrutada
na última festança

Todas às vezes
uma fêmea
corta os cabelos
muda de persona

Por que sair chorando
até Baurim
a perda de Micol
para o rei Davi

Por que sair chorando
até Baurim

Lembra com doçura
tivestes a beleza de Micol
antes de Davi
Canta as noites que desfrutastes
de seus beijos
Canta as noites que encantastes
com a nudez de Micol
Nenhum rei pode roubar
as noites que Micol
dormiu nos teus braços

Canta e dança
até Baurim
Canta e dança
até Baurim

(Do livro “Cavalo da miragem”).

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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