Mike e nós
* Por Aliene Coutinho
Só tive um bichinho de estimação em minha vida: um gato chamado Ronaldo, típico pêlo curto brasileiro. Ficamos juntos parte de minha adolescência até ele fugir sem dar satisfação me deixando triste e cabreira com relação aos animais. Confesso que nunca consegui lidar muito bem com perdas. Sou daquelas que se jogam de cabeça nas relações “humanas”; quebrei muito a cara, mas nunca desisti de tentar. Agora, quando o assunto era bicho sentia até certa ojeriza... Corria para longe de qualquer tentativa de aproximação. E assim fui vivendo até conhecer o Mike.
O encontrei em uma loja de animais. Havia sido abandonado aos dois meses pela dona que o batizou, com enxoval e tudo. A vendedora nem precisou gastar o português dela com os detalhes. Foi só soltá-lo e ele correr direto para mim com a carinha mais triste do mundo, abanando a pequena cauda de poodle toy e eu não resisti. Sem pestanejar, saquei o talão de cheque e o levei para casa. Longe de querer plagiar a lacrimejante história de “Marley e eu”, mas foi mesmo amor à primeira vista.
E o Mike fez um rebuliço na minha vida e na vida de todos de minha casa. Mudamos hábitos, criamos outros, afinal alguém precisava descer com ele para passear, brincar com ele, alimentá-lo. Foi como adotar mais um membro na família. Quase um bebê. E por ele ser pequeno, frágil, branquinho que nem algodão, aí virou aquele mistura de filhote e bicho de pelúcia. Cada coisa que ele aprende é uma vitória coletiva. Meus filhos o ensinaram a pular de pufe em pufe até chegar ao sofá e já acham que é um número digno do Circo de Soleil. Passamos até a brincar de esconde-esconde, onde adultos, leia-se eu, e quase adultos, leia-se meus filhos, nos divertimos com ele.
Navegando na internet achei uma pesquisa bem interessante. De cem pessoas que têm cachorros, metade considera o animal parte da família, 73% deixam que o bichinho durma na cama com elas, mais de 40% carregam foto deles nas carteiras e tem até quem faça festa de aniversário para os cachorros. O melhor é que ao contrário do apontado em outros estudos científicos, a pesquisa garante que esse apego ao animal não significa um desajuste social.
Fiquei bem aliviada! Embora ele não durma nas nossas camas, a foto dele está no meu celular e nos nossos computadores, e de vez em quando eu digo que sou a sua mamãe... Pesquisas a parte, com certeza o Mike nos fez mais felizes. Preencheu algum espaçinho que estava ali e a gente nem percebia. Jogamos para fora nosso lado mais fraterno, maternal até, porque cá entre nós: tem coisa mais gostosa que chegar em casa a hora que for e ser recebida com festa como se fossemos a pessoa mais importante e amada da terra? Isso, só quem tem um bichinho como Mike pode saber!
* Jornalista e professora de Telejornalismo
* Por Aliene Coutinho
Só tive um bichinho de estimação em minha vida: um gato chamado Ronaldo, típico pêlo curto brasileiro. Ficamos juntos parte de minha adolescência até ele fugir sem dar satisfação me deixando triste e cabreira com relação aos animais. Confesso que nunca consegui lidar muito bem com perdas. Sou daquelas que se jogam de cabeça nas relações “humanas”; quebrei muito a cara, mas nunca desisti de tentar. Agora, quando o assunto era bicho sentia até certa ojeriza... Corria para longe de qualquer tentativa de aproximação. E assim fui vivendo até conhecer o Mike.
O encontrei em uma loja de animais. Havia sido abandonado aos dois meses pela dona que o batizou, com enxoval e tudo. A vendedora nem precisou gastar o português dela com os detalhes. Foi só soltá-lo e ele correr direto para mim com a carinha mais triste do mundo, abanando a pequena cauda de poodle toy e eu não resisti. Sem pestanejar, saquei o talão de cheque e o levei para casa. Longe de querer plagiar a lacrimejante história de “Marley e eu”, mas foi mesmo amor à primeira vista.
E o Mike fez um rebuliço na minha vida e na vida de todos de minha casa. Mudamos hábitos, criamos outros, afinal alguém precisava descer com ele para passear, brincar com ele, alimentá-lo. Foi como adotar mais um membro na família. Quase um bebê. E por ele ser pequeno, frágil, branquinho que nem algodão, aí virou aquele mistura de filhote e bicho de pelúcia. Cada coisa que ele aprende é uma vitória coletiva. Meus filhos o ensinaram a pular de pufe em pufe até chegar ao sofá e já acham que é um número digno do Circo de Soleil. Passamos até a brincar de esconde-esconde, onde adultos, leia-se eu, e quase adultos, leia-se meus filhos, nos divertimos com ele.
Navegando na internet achei uma pesquisa bem interessante. De cem pessoas que têm cachorros, metade considera o animal parte da família, 73% deixam que o bichinho durma na cama com elas, mais de 40% carregam foto deles nas carteiras e tem até quem faça festa de aniversário para os cachorros. O melhor é que ao contrário do apontado em outros estudos científicos, a pesquisa garante que esse apego ao animal não significa um desajuste social.
Fiquei bem aliviada! Embora ele não durma nas nossas camas, a foto dele está no meu celular e nos nossos computadores, e de vez em quando eu digo que sou a sua mamãe... Pesquisas a parte, com certeza o Mike nos fez mais felizes. Preencheu algum espaçinho que estava ali e a gente nem percebia. Jogamos para fora nosso lado mais fraterno, maternal até, porque cá entre nós: tem coisa mais gostosa que chegar em casa a hora que for e ser recebida com festa como se fossemos a pessoa mais importante e amada da terra? Isso, só quem tem um bichinho como Mike pode saber!
* Jornalista e professora de Telejornalismo
Gente que abandona animais devia ser entregue a Hitler. E fazem isso no mundo inteiro! Quer dizer, vc cria uma belezinha dessas, que vai te amar provavelmente mais que os humanos, até que vc se cansa de cuidar ou até quando termina sua particular carência e depois ... lixo! Bom, se estão jogando até bebês nas lixeiras, o que dizer dos animais que tanto sofrem em mãos dos humanos! Belíssima adoção, a sua. Parabéns.
ResponderExcluirAleine, mais do que qualquer pesquisa diz, o que você sente e tão gentilmente nos cedeu aqui, é o que importa. Mike está feliz e a sua volta todos também estão. Que dure por muito tempo. A recepção na volta para casa compensa qualquer contra-tempo.
ResponderExcluirerrata: ALIENE
ResponderExcluirAliene, adorei conhecer a historinha do " Mike". Sejam todos felizes !
ResponderExcluirQuando ele estiver mais velho, conte as aventuras dele num livro. Vai dar " ibope".
Eu lembro da historinha do " gato Ronaldo"....(risos).
Adoro gatos. E eu diria que " Ronaldo" é um nome exótico para um felino. risos.
Fiquei curiosa : A foto do texto é do Mike ?
Beijão
Tenho três aqui no apartamento. E são mesmo como bebês.
ResponderExcluirGente, adorei os comentários! e Cê, a foto é dele mesmo. Eu, que tirei...beijos e obrigada, fiquei meio que com medo de transformar o nosso blog em diário, mas vale como exemplo do que se faz com os bichos, e do que podemos fazer por eles.
ResponderExcluir