sexta-feira, 10 de julho de 2009




Pílulas Literárias 12

* Por Eduardo Oliveira Freire

PRINCESA

Era uma vira-lata que morava na casa 66. Um dia, a sua dona percebeu que ela estava estranha, não comia mais perto da família e sempre levava a ração para um canto de difícil acesso. A senhora resolveu averiguar e levou um susto. A cachorra havia adotado uns três filhotes de rato. Tiveram que despistar a cadela para sumir com os pequeninos roedores. Princesa uivou por dias.

SAFADA

Dona Candinha praguejava assistindo novela, mas na realidade queria ser como a vilã, de lábios carnudos e manipuladora. Sente sono quando vê a mocinha desmanchando-se em lágrimas.

A VIRGEM

Ao soprar a vela, o resquício de fumaça embrenhou-se em seus olhos; em seguida, sua mente ficou embaçada. Quando acordou, percebeu que estava nua no chão e se assustou ao ver uma tênue mancha avermelhada entre as pernas.

ESTAVA SOZINHO...

... com um ovo de chocolate gigante na sua frente. Guardou mais da metade na geladeira. A campainha tocou. Encontrou um ovo de cerâmica, que tinha um escaninho com uma chave. Viajou quase uma hora de carro, parou em frente a um Chalé. Encontrou um casal de idosos sentado à mesa. Fazia vinte anos que não visitava os padrinhos, que o adotaram quando seus pais morreram num acidente.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor.

Um comentário:

  1. As pílulas estão ótimas, nutritivas, saborosas, bem mais do que meras vitaminas ao intelecto. Quase chorei com a cachorrinha, entendi bem a dona Candinha, me enterneci com a virgem e vi que o órfão deve ter alguma psicopatia.

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