Batom na cueca
* Por Guilherme Scalzili
Finalmente saiu o livro de Amaury Ribeiro Júnior, agora intitulado “A privataria tucana”. A obra é tão constrangedora para José Serra e seus apaniguados que, mesmo inacabada, teve um papel relevante (e ainda pouco esclarecido) nas últimas eleições presidenciais. Sua publicação enterra as veleidades serristas na campanha paulistana e representa o maior golpe à imagem sacrossanta do tucanato desde os anos FHC.
Apesar do sucesso de vendagem, contudo, não devemos chegar a muito mais que isso. Os casos de corrupção relatados têm proporções que o Judiciário não comporta sozinho. Quer dizer, sem apoio midiático. E, previsivelmente, o silêncio da imprensa corporativa acerca do livro é quase total. Eis a imparcialidade e o espírito republicano dos arautos da febre moralista.
A reação do serrismo virá em duas frentes: desacreditando Amaury, com auxílio daqueles blogueiros e colunistas manjadíssimos, e criando uma avalanche de gritarias acusatórias contra o PT e o governo federal. Na pior das hipóteses, alguém será jogado às piranhas (o próprio Serra? Um funcionário desimportante?) para a salvação do rebanho.
O lançamento beneficia-se do mercado natalino, mas perde força política por causa do recesso das férias gerais. Se articulistas, editores e ouvidores dos grandes veículos forem pressionados a pelo menos admitir que o livro existe, a boa idéia da CPI das Privatizações sobreviverá aos primeiros meses de 2012.
*Jornalista e escritor, autor dos livros “O colar da Carol ta na grama”, “A colina da Providência”, “Pantomima”, “Acrimônia” e “Crisálida”.
* Por Guilherme Scalzili
Finalmente saiu o livro de Amaury Ribeiro Júnior, agora intitulado “A privataria tucana”. A obra é tão constrangedora para José Serra e seus apaniguados que, mesmo inacabada, teve um papel relevante (e ainda pouco esclarecido) nas últimas eleições presidenciais. Sua publicação enterra as veleidades serristas na campanha paulistana e representa o maior golpe à imagem sacrossanta do tucanato desde os anos FHC.
Apesar do sucesso de vendagem, contudo, não devemos chegar a muito mais que isso. Os casos de corrupção relatados têm proporções que o Judiciário não comporta sozinho. Quer dizer, sem apoio midiático. E, previsivelmente, o silêncio da imprensa corporativa acerca do livro é quase total. Eis a imparcialidade e o espírito republicano dos arautos da febre moralista.
A reação do serrismo virá em duas frentes: desacreditando Amaury, com auxílio daqueles blogueiros e colunistas manjadíssimos, e criando uma avalanche de gritarias acusatórias contra o PT e o governo federal. Na pior das hipóteses, alguém será jogado às piranhas (o próprio Serra? Um funcionário desimportante?) para a salvação do rebanho.
O lançamento beneficia-se do mercado natalino, mas perde força política por causa do recesso das férias gerais. Se articulistas, editores e ouvidores dos grandes veículos forem pressionados a pelo menos admitir que o livro existe, a boa idéia da CPI das Privatizações sobreviverá aos primeiros meses de 2012.
*Jornalista e escritor, autor dos livros “O colar da Carol ta na grama”, “A colina da Providência”, “Pantomima”, “Acrimônia” e “Crisálida”.
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