terça-feira, 20 de dezembro de 2011







O visível aprisiona entre quatro paredes

* Por Talis Andrade

Nada mais limitado
que uma paisagem
emparedada
Nada mais restritivo
que uma janela
mesmo que domine
toda a campina
todo o céu
o rio o mar
tudo que a vista
possa alcançar

Livre é quem
não se sente preso
a nenhuma moldura
O visível enclausura
nos quatro cantos
nos quatro elementos
enquadra o corpo
esquartejado em quatro

Livre é quem
não se intimida
frente ao desconhecido
e enfrenta o Cabo das Tormentas
sem medo dos manes e demônios
naufrágios e navios fantasmas

Livre é quem passa
pelas Terras de Lemúria e Mu
sem que se prenda
a cânticos e oferendas

Livre é quem não se rende
ao que os olhos cobiçam
O visível
o vento
tange



* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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