Os outros corruptos, os maiores
* Por Raul Fitipaldi.
* Por Raul Fitipaldi.
A história que se escreve no cotidiano demonstra com clareza que não há intenção, por boa que seja, que não possa ser manipulada pela mídia do sistema. Demonstra também que as lideranças das instituições mais representativas da estrutura social entraram no show que dirige maravilhosamente a venal Globo com todos os outros esquemas de corrupção permitida. Globo, Veja e outros meios de desinformação, de transtorno comunicacional e desfiguração da realidade, modelam o caráter social e o “senso comum”, se eles dizem que é corrupto é, se eles ocultam o corrupto, este não existe.
No dia da Independência do Brasil, ainda não acabada, entre outras coisas por causa da existência desses antivalores corruptores majoritariamente advindos dos interesses forâneos dos países centrais e das multinacionais globais, anunciaram-se marchas diversas contra a corrupção. Bem, contra um tipo de corrupção, a dos políticos, os representantes que nós escolhemos, e que raras são as pessoas que lembram seus nomes, suas promessas e seus partidos, menos ainda os montantes que poderiam ter desviado. Nem falar das leis que criaram e atentam contra os eleitores como um ataque sistemático à classe desfavorecida e excluída dos bens sociais e materiais. Mas, os promotores, os instigadores, os planejadores das mais atrozes corrupções, os mais vis dos especuladores sobre a desgraça pública e pessoal, esses, os donos das grandes empresas, esses, cadê esses?
Nunca tem marchas contra eles, ou apenas quando cometem erros flagrantes e visíveis como a têxtil Zara, de capital espanhol. Cadê alguém marchando contra os abomináveis donos da comida lixo, contra os banqueiros, contra os donos das telefônicas. Cadê o desfile de protesto contra as fabricantes de armas, contras os laboratórios, contra a máfia internacional, mestra e professora do roubo, da destruição, da invasão, da trata de seres humanos, da extinção das espécies? Onde tem uma marcha contra os grandes criminosos globais que incitam, sugerem, abonam e protegem a corrupção que tanto na Somália como na América Central, no Vietnã como no Nordeste, comerciam com a exploração, o deslocamento constante e o genocídio de populações inteiras, inúteis para consumo e incômodas para as intenções de saqueio. Cadê essa energia moral contra esses corruptores sonegados, inalcançáveis, os que fazem lobby para que os corruptos pequenos que escolhemos legislem em seu benefício, contra nossa paz, liberdade e progresso?
De fato, nem Globo, nem Veja, nem toda a confraria dos veículos da mentira e da dissimulação sugerem marchar contra esses sanguessugas e genocidas. Contra quem lhes paga as contas. Menos no Dia da Independência, seria uma ironia muito pesada. Quando acabar a marchinha moral e comece uma marcha real contra a corrupção maior, a que nos torna ainda uma colônia gigante da perfídia capitalista e imperialista, eu marcho, marcho até que não fique um mísero Mac Donald e nem a Prefeitura de Florianópolis, entregue meu pobre IPTU para a administração de um banco estrangeiro, do qual, não por acaso, seu dono mundial, se chama Botín (Emilio Botín-Sanz de Sautuola y García de los Ríos, Marqués consorte de O’Shea), famoso estelionatário de sangue azul.
Aliás, se os organizadores das marchas são tão visivelmente honestos, pois está na hora de marchar contra a instabilidade laboral, em favor da defesa da Amazônia, contra o lixo alimentar, contra a superlotação carcerária, contra a escravidão, contra tudo o que é contra a independência do povo. Inclusive, contra os políticos corruptos, os menores de todos.
• Raul Fitipaldi é jornalista
No dia da Independência do Brasil, ainda não acabada, entre outras coisas por causa da existência desses antivalores corruptores majoritariamente advindos dos interesses forâneos dos países centrais e das multinacionais globais, anunciaram-se marchas diversas contra a corrupção. Bem, contra um tipo de corrupção, a dos políticos, os representantes que nós escolhemos, e que raras são as pessoas que lembram seus nomes, suas promessas e seus partidos, menos ainda os montantes que poderiam ter desviado. Nem falar das leis que criaram e atentam contra os eleitores como um ataque sistemático à classe desfavorecida e excluída dos bens sociais e materiais. Mas, os promotores, os instigadores, os planejadores das mais atrozes corrupções, os mais vis dos especuladores sobre a desgraça pública e pessoal, esses, os donos das grandes empresas, esses, cadê esses?
Nunca tem marchas contra eles, ou apenas quando cometem erros flagrantes e visíveis como a têxtil Zara, de capital espanhol. Cadê alguém marchando contra os abomináveis donos da comida lixo, contra os banqueiros, contra os donos das telefônicas. Cadê o desfile de protesto contra as fabricantes de armas, contras os laboratórios, contra a máfia internacional, mestra e professora do roubo, da destruição, da invasão, da trata de seres humanos, da extinção das espécies? Onde tem uma marcha contra os grandes criminosos globais que incitam, sugerem, abonam e protegem a corrupção que tanto na Somália como na América Central, no Vietnã como no Nordeste, comerciam com a exploração, o deslocamento constante e o genocídio de populações inteiras, inúteis para consumo e incômodas para as intenções de saqueio. Cadê essa energia moral contra esses corruptores sonegados, inalcançáveis, os que fazem lobby para que os corruptos pequenos que escolhemos legislem em seu benefício, contra nossa paz, liberdade e progresso?
De fato, nem Globo, nem Veja, nem toda a confraria dos veículos da mentira e da dissimulação sugerem marchar contra esses sanguessugas e genocidas. Contra quem lhes paga as contas. Menos no Dia da Independência, seria uma ironia muito pesada. Quando acabar a marchinha moral e comece uma marcha real contra a corrupção maior, a que nos torna ainda uma colônia gigante da perfídia capitalista e imperialista, eu marcho, marcho até que não fique um mísero Mac Donald e nem a Prefeitura de Florianópolis, entregue meu pobre IPTU para a administração de um banco estrangeiro, do qual, não por acaso, seu dono mundial, se chama Botín (Emilio Botín-Sanz de Sautuola y García de los Ríos, Marqués consorte de O’Shea), famoso estelionatário de sangue azul.
Aliás, se os organizadores das marchas são tão visivelmente honestos, pois está na hora de marchar contra a instabilidade laboral, em favor da defesa da Amazônia, contra o lixo alimentar, contra a superlotação carcerária, contra a escravidão, contra tudo o que é contra a independência do povo. Inclusive, contra os políticos corruptos, os menores de todos.
• Raul Fitipaldi é jornalista
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