Lição de casa
* Por Flora Figueiredo
Você tampa a panela,
dobra o avental,
deixa a lágrima secar
no arame do varal.
Fecha a agenda,
adia o problema,
atrasa a encomenda,
guarda insucessos
no fundo da gaveta.
A idéia é tirar a tarja preta
e pôr o dedo onde se tem medo.
Você vai perceber que a gente
é que faz o monstro crescer.
Em seguida superar o obstáculo,
pois pode-se estar perdendo um espetáculo
acontecendo do outro lado.
Atravessar o escuro
até conseguir tatear o muro,
que é o limite da claridade.
Se tiver capacidade
para conquistá-la,
tente retê-la o mais que puder.
Há que ter habilidade, sem esquecer
que a luz é mulher.
Do inferno assim desmascarado,
é hora de voltar.
Não importa se é caminho complicado,
se a curva é reta, ou se a reta entorta.
Você buscou seu brilho,
voltou completa;
jogou a tranca fora,
abriu a porta.
• Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
* Por Flora Figueiredo
Você tampa a panela,
dobra o avental,
deixa a lágrima secar
no arame do varal.
Fecha a agenda,
adia o problema,
atrasa a encomenda,
guarda insucessos
no fundo da gaveta.
A idéia é tirar a tarja preta
e pôr o dedo onde se tem medo.
Você vai perceber que a gente
é que faz o monstro crescer.
Em seguida superar o obstáculo,
pois pode-se estar perdendo um espetáculo
acontecendo do outro lado.
Atravessar o escuro
até conseguir tatear o muro,
que é o limite da claridade.
Se tiver capacidade
para conquistá-la,
tente retê-la o mais que puder.
Há que ter habilidade, sem esquecer
que a luz é mulher.
Do inferno assim desmascarado,
é hora de voltar.
Não importa se é caminho complicado,
se a curva é reta, ou se a reta entorta.
Você buscou seu brilho,
voltou completa;
jogou a tranca fora,
abriu a porta.
• Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
Cutucar as feridas, enxergar
ResponderExcluiras verdades...
Dói...mas te empurra para frente.
Bela poesia Flora.
Abraços