quinta-feira, 11 de novembro de 2010




I wanna talk about Love

* Por Fernando Yanmar Narciso

Entreter as massas… A tarefa mais ingrata que pode haver… Não existe nada mais fácil e menos gratificante do que criar diversão pro povão. OK, É um ofício que garante a Ferrari na garagem e a casa em Fernando de Noronha, mas os produtores agem como se os consumidores fossem idiotas.
Tudo se resume a um único tema: Aaaaaaaaaah, o amor… Mesmo que atualmente nenhum de nós faça idéia do que significa essa palavra, todas as mídias são movidas a amor. Tente encontrar uma música nas estações de rádio que não fale diretamente ou indiretamente em amor. Até o Créu e o Rebolation têm algo a ver com “amor”. De bandinhas como Restart a cachorrões do hip-hop como 50Cent, esse é o tema constante.
Liga a TV agora. Quais são as “saídas dos covardes” mais comuns pra manter as novelas fluindo? Triângulos amorosos e traições. E não nos esqueçamos dos casamentos. Qualquer novela precisa ter uns oito no mínimo – afinal, como todos estamos carecas de saber, mulher casada é sinônimo de mulher feliz. E é até engraçado como os personagens parecem viver dentro de uma bolha, não é verdade? Para eles, nunca existem outros peixes no rio. As traições, triângulos amorosos e casamentos só podem ocorrer entre os personagens do miolinho. Não é à toa que os críticos costumavam dizer que roteiros de novela são alienantes. Os ingredientes são meticulosamente dispostos à mesa para fazer as donas-de-casa verterem lágrimas. Claro que nem sempre – ou, atualmente, quase nunca – a equação funciona.
Mídias impressas. Quais são os quatro livros que têm sempre figurado na lista dos mais vendidos? Creeeeeepúúúúúúúúúsculooooooooooo… E quais são os três protagonistas? Uma menina que mais parece uma pata manca, um vampirinho purpurinado cheio de trejeitos e um lobisomem que passa três livros da saga tentando pôr um par de chifres no vampirinho, e até onde conheço a história, ainda não conseguiu.
Como diz o outro: Pagando bem, que mal tem?

* Fernando Yanmar Narciso, 26 anos, formado em Design, filho de Mara Narciso, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com

3 comentários:

  1. Não li o livro nem assisti ao filme, Fernando, mas quanto ao restante do texto, sobre a presença do amor em quase todos os textos e imagens de publicidade,e nas novelas concordo com você. O jornalismo difere disso. Abraços

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  2. Se amor não fosse tão bom, não daria tanto IBOPE.

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  3. Falar de amor e de grandes amores
    é bom e rentável, mas bem que poderia ser
    com mais qualidade...
    Abraços

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