quarta-feira, 7 de outubro de 2009


De olho no palco

Caríssimo leitor, boa tarde. Vocês pensaram que eu não compareceria hoje, neste espaço?! Se pensaram, se enganaram! Atrasei-me, mas eis-me aqui, firme e forte, tentando dialogar com você, mas conformado em manter somente um às vezes monótono monólogo (para a minha frustração, claro. Mas este espaço democrático está sempre aberto para você aprovar ou reprovar minhas colocações).
O teatro foi, desde a sua criação, na Grécia antiga, e é, e sempre será, uma das mais importantes e livres tribunas para a expressão de pensamentos, sentimentos e reflexões. Comédias e tragédias freqüentam, há mais de mil anos, os palcos mais diversos, mundo afora.
Ressalte-se que foi o primeiro tipo de texto de ficção da história. O romance, o conto e a novela vieram depois, muitíssimo depois dele, mais de um milênio após. A despeito do seu caráter pioneiro, o teatro sempre se renovou, se remoçou, mostrou-se dinâmico, ágil e vivo e permanece com vitalidade e atualidade para pelo menos outro milênio (se o homem, em sua insensatez, não destruir o Planeta antes).
Em várias ocasiões, as “Cassandras” de mau-agouro previram a extinção do gênero. Enganaram-se. Quando surgiu o cinema, por exemplo, houve quem dissesse que não havia mais espaço para o teatro. Mas havia (como há e sempre haverá). O mesmo, e até com maior intensidade, ocorreu com o advento da televisão. Afinal, um espaço cultural, por mais importante e significativo que seja, não anula outro. Tem que ser encarado como soma, como acréscimo, jamais como substituição.
Nós, do Literário, damos tanto valor a essa manifestação cultural, a este gênero nobre da Literatura, que até não faz muito, tínhamos dois colunistas especializados em textos teatrais. Um deles, por sinal, foi o verdadeiro mentor, o idealizador de fato deste espaço (eu, somente, viabilizei e dei a forma que tem a ele).
Refiro-me, lógico, a essa magnífica figura humana, que é o José Paulo Lanyi. O outro colunista que escrevia sobre teatro era o Leandro Barbieri, que nos brindou, inclusive, com uma peça inteira, publicada aos poucos, semanalmente, ao longo de um semestre.
Nos próximos dias, abordarei, com mais detalhes, esse gênero literário de tamanha importância. Mesmo que buscasse fazer o resumo, do resumo, do resumo dos seus dados mais elementares, precisaria do triplo deste espaço que me utilizo diariamente para me comunicar com você.
Claro que minha intenção não é a de apresentar a história (mesmo que resumidíssima) desta importante manifestação artística e cultural. Isso demandaria muito tempo, dois anos pelo menos, além de enorme espaço, o de pelo menos uns dez volumes de 500 páginas cada um. Até porque, há gente muito mais habilitada do que eu para encarar tarefa desse porte e proporções.
Limitar-me-ei a ligeiros comentários, provavelmente óbvios, sobre o tema. Por falar em teatro, vislumbro em dois dos nossos colunistas atuais, um potencial imenso para se darem bem nesse gênero. Uma delas, vocês certamente já adivinharam, é a Celamar Maione, talentosíssima escritora fluminense (ou seria carioca?), que tem tudo para se consagrar no panorama literário nacional. Creio que isso é só questão de tempo (e oportunidade).
O outro colunista que pode se tornar exímio autor teatral é meu conterrâneo (para quem não sabia, informo que sou gaúcho), Rodrigo Ramazzini. O garoto (pois se trata de escritor muito jovem), mostra um talento impressionante, acima de tudo para diálogos. Com um pouquinho de exercício e de vivência, tornar-se-á um teatrólogo notável, que em nada ficará devendo aos mestres do gênero.
Espero que ambos desenvolvam esse potencial para a dramaturgia, que é tanto que até um sujeito como eu (um tanto desligado, como dizem os amigos) percebe à distância. Gostaria de voltar a publicar peças, e em primeira mão, aqui no Literário.
Quem sabe consiga o retorno do Leandro Barbieri e do Lanyi, pessoas ocupadíssimas, mas que bem que poderiam nos dar uma colher de chá e freqüentar nosso espaço uma vez por semana. Vou tentar. Ou, quem sabe (o que acho até mais provável), apresentarei bons textos do gênero escritos por Celamar e pelo Rodrigo. Amanhã, darei outra palhinha sobre o tema. Aguardem.

Boa leitura.

O Editor.

Um comentário:

  1. Obrigada, Pedro.
    Você sempre foi meu grande incentivador.
    O caminho é longo. Estou caminhando aos poucos. Assim espero. risos.
    Torcendo pela volta do Lany e do Barbieri. Até sugiro que, caso não voltem, repita as peças no espaço. Muitos leitores de hoje, não deviam acompanhar o Literário na antiga casa.
    Fica a sugestão.

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