sábado, 11 de julho de 2009




As cidades são suas pessoas

* Por Seu Pedro

Só faltam noventa e um anos e alguns meses para o mundo festejar a entrada do ano 2100. O século XXII está ai, na cara de muitos que estão nascendo agora. A média de vida humana, mesmo com as gripes, suínas, caprinas, bovinas, já deverá ter alcançado aos 110 anos, Duvidam? É a ciência a favor do homem. Cada macrorregião terá sua usina de energia movida a fonte nuclear, que gastarão menos combustível de urânio. Descobrirão a fórmula da fusão, prima da fissão nuclear, que hoje desfila sozinha pelas passarelas das contestações. Não teremos mais os “greempeaces”, pois burrice morre.

Se hoje já podemos conhecer as cidades através da Internet, muito mais conheceremos quem vive e onde vivem nossos amigos, e saberemos como poderemos chegar até lá. Eu sei que hoje posso chegar de carro, ônibus ou de avião. Os Airbus já terão caído todos, e haverá aviões sem asas e muito mais velozes, além de seguros. Mas a opção de gostar de uma cidade, desejar conhecê-la, realizar um sonho nascido virtual, ver seus prédios modernos, suas casas coloniais, seus atrativos de beleza, a gente de suas ruas e de suas passarelas, e deliciar um “castropeiro”, não depende de mim e nem precisarei esperar o reveillon de um novo século!

Recentemente escolhi conhecer a cidade de Castro, que faz história no Paraná, um dos estados em que mais conterrâneos que tenho. Ou alguém esqueceu que sou filho de alemães? Dizem que por lá tem tantos Diedrichs como os bicudos que destruíram as lavouras de algodão de Guanambi, cá neste Sertão da Bahia. Mas os meus “primos”, que nem os conheço, não irão destruir minha lavoura de sonhos.Ao contrário, farão abris os meus capulhos. Sei que tudo é perene, como é um título de miss, que um dia será castigado pelo tempo. Ai é que entram os demais atributos: simpatia, trato social, conhecimentos. Estes não envelhecem.

Um dia irei pelos caminhos das nuvens rumo ao céu. Só espero que não seja confundido com alguém que vai a Paris e desapareça em infernal oceano. Finalmente irei a Castro, ver tudo que conheci virtualmente, inclusive sua história. Vou ver, sem ser nas imagens gravadas, a fotógrafa e fotogênica Fabiana Guedes. Fabiana Guedes é a primeira castrense que se comunicou comigo, até mesmo por ser jornalista e cronistas. É o principal motivo de meu sentimento ter querido sentir sua cidade. E como eu já disse por telefone ao “velho” Izidro Guedes; “É culpa de sua filha!”.

É onde eu afirmo que as cidades são fisicamente iguais, mas diferentes na alma. Aeroportos, rodoviárias, prédios, casas, restaurantes, não há cidade que não os tenha, assim como um ponto turístico a ser visitado. Mas o povo de suas calçadas é diferente. Em Castro tem Fabiana, Izidro, Dona Ana, Rita Vaz, Carol Diedrichs e, bem ao lado, em Ponta Grossa, tem o Castilho, Luiz Augusto Diedrichs, esses para começar. Há quem goste de robôs. Já os criaram em miniaturas, para os filhos brincarem. Mas eu gosto de seres vivos, dos que não me deixam ficar sozinho, nem que nas crônicas da Internet.

(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.

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