quinta-feira, 19 de abril de 2018

Ideia antiestética - Pedro J. Bondaczuk


Ideia antiestética

* Por Pedro J. Bondaczuk

Que ideia

antiestética
faço
quando passo
com meu
olhar baço
fitando
o traço
feito no
braço
que enlaço
com minha
mão?

Sou animal
ereto
que segue
reto,
imbecil
completo,
meio que
circunspeto
calmo e quieto,
que embala
uma ilusão!

Forma com
pouca substância,
mal reprimo
a ânsia
de a toda
a instância
reprimir
uma emoção.

Sou o dito
homem moderno,
formal, de gravata
e terno,
habitante de
um inferno,
clímax
da evolução.

Que ideia
antiestética
eu faria,
se porventura
um dia,
por eventual
anomalia,
de repente
eu voltasse
à forma simiesca,
selvagem,
animalesca
do princípio
dos tempos,
antes da extinção?

Se a decadência
do processo
evolutivo, que
no momento
vivo,
sucedesse
ao pico,
ao ápice
da evolução?

Capricho
da natureza
ou princípio
de loucura?
Onde está
a beleza
desta criatura,
disforme
figura,
passageira
e obscura
que não seja
só a da razão?!

Poema composto em São Caetano do Sul, em 5 de dezembro de 1963.

* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk



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