Dia dos namorados
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Por Rodrigo Ramazzini
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Amor! Não precisava. Nós combinamos que não trocaríamos
presentes.
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Combinamos. Mas resolvi fazer uma “surpresa” para você. Dá um
beijinho...
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Agora você ficará sem presente. Eu não comprei nada, estou até
com vergonha...
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Não! Não fique assim! Na verdade, esse presente é para nós dois,
pois você irá usá-lo, e eu que me sentirei bem. Dá um beijinho...
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Já posso abrir?
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Ainda não! Gostaria de falar um pouco sobre o presente. Já aviso,
ele é diferente, mas bonito. Fiquei horas pensando o que poderia
representar o nosso amor, a intensidade dele, algo que mostrasse para
o mundo esse “transbordar” de paixão que é o nosso namoro. Dá
um beijinho...
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Ai amor! Se curiosidade matasse, eu estaria morta! Como confio no seu
bom-gosto, já sei que adorarei o presente.
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Eu tenho certeza, abra-o...
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Que pacote difícil de abrir. Quanta fita durex... Amor! É uma
camiseta branca...
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Hum! Agora a desdobre. Mas antes, dá um beijinho...
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Amor! Uma camiseta com a sua foto. Que fofo!
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Gostou? Você nem leu a frase abaixo da foto. Na minha ótica, elas
complementam-se. Dá um beijinho.
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É verdade! Nem tinha reparado. Na frase “EU TE AMO”.
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Gostou?
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É meio antiquado, mas bonitinho...
“Eu
não acredito que ele está fazendo isso comigo, nada pode ser mais
ridículo”.
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Que barulho é este?
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Uhn! Hã! Essa é a minha segunda surpresa. Dá um beijinho...
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Uma telemensagem?
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Acertou! Vamos à rua conferi-la. Dá um beijinho...
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Ah não, amor!
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Está bem! Eu sei que emociona. Mas é só dar um beijo para
agradecer.
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Meu Deus!
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Dá um beijinho...
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Jornalista e cronista
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