Dos encontros
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Nunca fui uma menina
extrovertida; como adolescente fui tímida e de certa forma invejava minhas
colegas tão populares, tão descoladas.
Estudei em uma escola
particular tradicional do meu bairro; eu era bolsista e durante quatro anos
letivos estudei sem pagar um tostão desde que não fosse reprovada.
Em alguns isso causava
admiração, em outros isso fazia a diferença. Aprendi a lidar com a tal
diferença fazendo uso do atributo mais relevante que eu tinha e me esforçava ao
máximo para fazer valer a pena cada ano.
Amizades vieram e se
foram na mesma proporção da ferrugem que corrói sem dó, restando de alguns,
apenas uma vaga lembrança. Lembrei-me do Cocota, que geralmente tirava a irmã
do sério só por respirar e de quando ele fez a turma inteira cair na gargalhada
durante uma missa.
Da menina mais bonita,
do garoto mais cheiroso, do mais assediado pelas meninas, do mais bagunceiro e
por aí vai... Abençoada seja a memória que embola todos os encontros sem
peneirar.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Singelo e profundo. De um modo geral as amizades desse tempo de menina chegavam para ficar. A diferença impediu.
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