terça-feira, 5 de novembro de 2013

Festa de aniversário

* Por Eduardo Oliveira Freire

O menino feliz brincava com seus colegas em volta da mesa; a mãe ficava preocupada em servir os convidados e com medo da bebida acabar no meio da festa: “Antônio comprou pouca bebida”; num canto da sala o pai conversava com um amigo: “estou preocupado em ser despedido. A coisa tá preta”.

Uma tia do aniversariante dá uma bolsa de plástico para a filha, diz para ela pegar "discretamente" alguns docinhos na mesa; um convidado percebeu que o telefone celular tocava, era a amante de quinze anos (sua vizinha), diz que estava grávida, a sua mulher com o filho no colo perguntou quem era, ele diz que foi engano e a distraiu com um papo qualquer.

A avó do aniversariante comentou com a vizinha que a nora exagerou muito: – não sei a razão de gastar tanto nessa festa, ela é muito gastadeira–; um outro amigo ficou bêbado e vomitou na sala, foi ajudado por colegas que o acompanhavam; risos, conversas, correrias, alfinetadas...

Acabou a festa, a mãe do aniversariante olhou a casa bagunçada, resolveu fazer uma faxina na madrugada adentro; o marido já estava a dormir, ia trabalhar bem cedo; o menino foi para a cama feliz e depois sonhou com o seu aniversário do ano que vem..

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor

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Um comentário:

  1. Uma visão semelhante a do meu filho Fernando sobre festas infantis. No final, o resultado é frustrante.

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