terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pílulas literárias 181

* Por Eduardo Oliveira Freire

IMAGEM
O mar não me disse em palavras, mas me comunicou através da imensidão, que sou sua imagem e semelhança.

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GARGALHADAS
Quando estou perigoso, a lua sorri para mim. Tranco as janelas e as portas. Mas, ainda ouço as gargalhadas da lua lunática

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TRÉGUA
Estava cansado de fugir dos fantasmas, que eram suas lembranças muito antigas. De repente, viu um passarinho se escondendo da chuva. Distraiu-se um pouco e, sem perceber, teve trégua.

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DEPOIS DA CHUVA
Maria quando viu que a chuva parou, foi andar de bicleta. Sozinha, sentiu-se a dona da rua. Mas, um homem apareceu e a olhou fixamente. Sentiu raiva dele por ter tirado o momento glorioso que transbordava nela.

O homem quando viu a menina andando de bicicleta, destemida, lembrou-se de um menino que se fora há muito tempo. Hoje, o que restou foi um homem perdido no tempo e no espaço. Ao ver Maria, José desejou ser aquele menino novamente.

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DOENÇA
- Mãe, falta de amor é doença?
A mãe nem ouviu o filho. Entretida, enviava uma mensagem para o assassino que mataria seu marido.

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VIZINHA TARADA
Os vizinhos diziam que ela era ninfomaníaca por causa da morte do noivo.

Sempre alegou que era fiel a ele, mas todos viam a quantidade absurda de visitas masculinas que recebia.

Na verdade, enxergava o noivo nos vários homens que se relacionava.

Muitos de seus amantes relatavam que, quando estavam com ela, sentiam-se como se fossem o noivo morto.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor


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