Deixa-o viver
* Por
Eduardo Oliveira Freire
O telefone tocou:
- Alô?
- Por que matou
Clarice?
- Quem é você?
- Um leitor revoltado,
Clarice era tudo no romance.
- Respeito sua opinião,
mas a história é minha.
- Clarice não é mais
sua! Ela vive na imaginação de cada leitor.
- Desculpa, preciso
desligar.
- Mas, antes lhe direi
uma coisa: Morrerá.
- Tenho muito que
fazer, sugiro que escreva seu próprio livro.
Desligou o telefone e
deitou no sofá. De repente, escutou um rugido. Uma pantera apareceu e o atacou.
Os olhos da fera eram os mesmos de Clarice.
***
Eduardo terminou de escrever o conto, mas resolveu apagá-lo. O telefone tocou:
- Não pode apagar o
texto! Deixa-o viver!
* Formado em Ciências Sociais, especialização
em Jornalismo cultural e aspirante a escritor
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