Otimismo e pessimismo
O otimismo e o pessimismo são duas atitudes antagônicas e aparentemente inconciliáveis, que merecem uma análise fria e desapaixonada, porquanto há muito equívoco em torno de ambas. A primeira delas, por definição, é a disposição para encarar as coisas por seu lado positivo e esperar sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis. Este seria o ânimo, pois, do otimista, claro.
O pessimista, óbvio, agiria de forma diametralmente oposta. O mestre Aurélio define pessimismo como a disposição de espírito que leva o indivíduo a encarar tudo pelo lado negativo, a esperar de tudo o pior. Ouso afirmar, contudo, que nenhuma dessas atitudes subsiste na mente de quem quer que seja em estado, digamos,k de “pureza”. Ambas vêm misturadas, posto que em proporções variadas, que vão de um pouco mais de 1% até 99%, dependendo da pessoa, de sua personalidade e, principalmente, das suas circunstâncias.
Não confundam, todavia, as duas predisposições com alienação. Refiro-me, aqui, somente a indivíduos e situações, digamos, “normais”. Ninguém, por mais feliz e realizado que seja, é otimista o tempo todo e igualmente não há quem se mostre pessimista renitente em todos os dias de sua vida.
Temos, isto sim, “momentos”, para alguns maiores e para outros mais restritos, de otimismo e de pessimismo. O que se costuma fazer, via de regra, é rotular as pessoas. Impingem um rótulo na testa de alguém, que atravesse um mau momento (ou bom, em contrapartida) e que reaja conforme essas circunstâncias, e pronto. Ele passa a ser aos olhos do mundo “pessimista” (ou então “!otimista”).
O tema vem à baila a propósito da observação de um leitor de que meus últimos textos neste espaço estão carregados de pessimismo. Discordo. Não estão. Não é esta a minha predisposição atual. O que tenho escrito e que parece tão pessimista aponta, sim, uma realidade feia e perigosa, no caso a que se refere à crescente e acelerada depredação do meio ambiente, o que só não vê quem não quer. E quem se recusa a ver, ora bolas, não é otimista, mas alienado e, acima de tudo, imprudente.
Foi a esse tipo de otimismo, que nem merece essa designação, que Confúcio se referiu quando constatou: “O pessimismo torna os homens cautelosos, enquanto o otimismo torna os homens imprudentes”. Não se pode tomar isso ao pé da letra. Descamba para a imprudência, óbvio, quem tenta superar obstáculos visivelmente superiores às suas forças e capacidade e ainda assim vai em frente, confiante em algum milagre de última hora, que o torne bem-sucedido. Para mim, esse sujeito não é um otimista: é suicida.
Mas, como afirmei acima, nenhuma dessas atitudes ocorre isolada e nem é imutável. Oscilamos, a todo o instante, de conformidade com nosso humor, entre o otimismo desbragado e o pessimismo sombrio e somos incapazes de admitir. E a não admissão não se deve, nem mesmo, a suposta teimosia nossa, mas ao fato de não nos darmos conta dessas oscilações.
Reitero que não me refiro a casos extremos, ou seja, dos que estão alheios à realidade e vêem tudo cor de rosa ou dos que vivem momentos de sofrimento intenso, físico, mental, psicológico e/ou afetivo. Nessas circunstâncias, duvido que alguém tenha ânimo para manifestar otimismo.
Querem uma atitude otimista que dificilmente deixa de produzir resultados positivos? Pois bem, entendo que esteja nessa condição a recomendação do escritor Paulo Coelho: “Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela”. Lógico que não basta acreditar. A crença, no caso, servirá apenas como gatilho, como detonador, para o essencial: a ação. Se você quiser mudar para melhor um histórico de vida marcado por fracassos, terá que agir nesse sentido. Ninguém fará isso por você.
Outra observação com a qual concordo é a feita por Émile-Auguste Chartier. O escritor francês concluiu que “o pessimismo é humor, o otimismo é vontade”. Ou seja, ficamos pessimistas à nossa revelia, em determinado momento e em certa circunstância (e reitero que ninguém mantém esse estado de espírito o tempo todo).
Em contrapartida, nos mostramos otimistas porque queremos, porque temos um súbito surto de esperança, porque nos alimentamos de fé, porque confiamos em nossa capacidade e vai por aí afora. E, óbvio, igualmente não nos manteremos nessa condição o tempo todo, indefinidamente, porquanto isso não é humano.
O otimismo e o pessimismo são duas atitudes antagônicas e aparentemente inconciliáveis, que merecem uma análise fria e desapaixonada, porquanto há muito equívoco em torno de ambas. A primeira delas, por definição, é a disposição para encarar as coisas por seu lado positivo e esperar sempre por um desfecho favorável, mesmo em situações muito difíceis. Este seria o ânimo, pois, do otimista, claro.
O pessimista, óbvio, agiria de forma diametralmente oposta. O mestre Aurélio define pessimismo como a disposição de espírito que leva o indivíduo a encarar tudo pelo lado negativo, a esperar de tudo o pior. Ouso afirmar, contudo, que nenhuma dessas atitudes subsiste na mente de quem quer que seja em estado, digamos,k de “pureza”. Ambas vêm misturadas, posto que em proporções variadas, que vão de um pouco mais de 1% até 99%, dependendo da pessoa, de sua personalidade e, principalmente, das suas circunstâncias.
Não confundam, todavia, as duas predisposições com alienação. Refiro-me, aqui, somente a indivíduos e situações, digamos, “normais”. Ninguém, por mais feliz e realizado que seja, é otimista o tempo todo e igualmente não há quem se mostre pessimista renitente em todos os dias de sua vida.
Temos, isto sim, “momentos”, para alguns maiores e para outros mais restritos, de otimismo e de pessimismo. O que se costuma fazer, via de regra, é rotular as pessoas. Impingem um rótulo na testa de alguém, que atravesse um mau momento (ou bom, em contrapartida) e que reaja conforme essas circunstâncias, e pronto. Ele passa a ser aos olhos do mundo “pessimista” (ou então “!otimista”).
O tema vem à baila a propósito da observação de um leitor de que meus últimos textos neste espaço estão carregados de pessimismo. Discordo. Não estão. Não é esta a minha predisposição atual. O que tenho escrito e que parece tão pessimista aponta, sim, uma realidade feia e perigosa, no caso a que se refere à crescente e acelerada depredação do meio ambiente, o que só não vê quem não quer. E quem se recusa a ver, ora bolas, não é otimista, mas alienado e, acima de tudo, imprudente.
Foi a esse tipo de otimismo, que nem merece essa designação, que Confúcio se referiu quando constatou: “O pessimismo torna os homens cautelosos, enquanto o otimismo torna os homens imprudentes”. Não se pode tomar isso ao pé da letra. Descamba para a imprudência, óbvio, quem tenta superar obstáculos visivelmente superiores às suas forças e capacidade e ainda assim vai em frente, confiante em algum milagre de última hora, que o torne bem-sucedido. Para mim, esse sujeito não é um otimista: é suicida.
Mas, como afirmei acima, nenhuma dessas atitudes ocorre isolada e nem é imutável. Oscilamos, a todo o instante, de conformidade com nosso humor, entre o otimismo desbragado e o pessimismo sombrio e somos incapazes de admitir. E a não admissão não se deve, nem mesmo, a suposta teimosia nossa, mas ao fato de não nos darmos conta dessas oscilações.
Reitero que não me refiro a casos extremos, ou seja, dos que estão alheios à realidade e vêem tudo cor de rosa ou dos que vivem momentos de sofrimento intenso, físico, mental, psicológico e/ou afetivo. Nessas circunstâncias, duvido que alguém tenha ânimo para manifestar otimismo.
Querem uma atitude otimista que dificilmente deixa de produzir resultados positivos? Pois bem, entendo que esteja nessa condição a recomendação do escritor Paulo Coelho: “Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela”. Lógico que não basta acreditar. A crença, no caso, servirá apenas como gatilho, como detonador, para o essencial: a ação. Se você quiser mudar para melhor um histórico de vida marcado por fracassos, terá que agir nesse sentido. Ninguém fará isso por você.
Outra observação com a qual concordo é a feita por Émile-Auguste Chartier. O escritor francês concluiu que “o pessimismo é humor, o otimismo é vontade”. Ou seja, ficamos pessimistas à nossa revelia, em determinado momento e em certa circunstância (e reitero que ninguém mantém esse estado de espírito o tempo todo).
Em contrapartida, nos mostramos otimistas porque queremos, porque temos um súbito surto de esperança, porque nos alimentamos de fé, porque confiamos em nossa capacidade e vai por aí afora. E, óbvio, igualmente não nos manteremos nessa condição o tempo todo, indefinidamente, porquanto isso não é humano.
Boa leitura.
O Editor
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