domingo, 4 de outubro de 2009


Sob o duplo incêndio

* Por Carlito Azevedo

Sob o duplo incêndio
da lua e do neon,

sobre um parapeito de
mármore, entre duas cortinas

jogadas pela brisa marinha
que ao mesmo tempo às suas

coxas e costas dispensava
um hálito incontínuo,

inundando de rubro o restrito
perímetro de seu jarro em cerâmica

e contrastando , imemorial, com a
transitoriedade de tudo ali

(hotel, amor, carros, dia, noite)

uma flor alheia a símbolos

atingia seu ponto máximo
de beleza.

* Poeta

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