Do sonho
Por Gabriel Ferrater
Direi do sonho. Direi da chuva
Frenética de agosto, os pés de um menino
Curvados no final do trampolim,
O salto agudo da lebre que exalam
Os lírios em abril. A paciência
Da aranha que vai escrevendo sua fome,
O corpo – duas cabeças, quatro pernas, -
Num solar cinzento do ocaso, o peixe
Deslizante como arco de violino,
O azul e ouro das meninas em destaque,
A sede dramática do cão, o corte
Dos faros do caminho na alvorada
Pútrida do mercado, os braços suaves.
Direi o que me foge. Nada direi de mim.
Por Gabriel Ferrater
Direi do sonho. Direi da chuva
Frenética de agosto, os pés de um menino
Curvados no final do trampolim,
O salto agudo da lebre que exalam
Os lírios em abril. A paciência
Da aranha que vai escrevendo sua fome,
O corpo – duas cabeças, quatro pernas, -
Num solar cinzento do ocaso, o peixe
Deslizante como arco de violino,
O azul e ouro das meninas em destaque,
A sede dramática do cão, o corte
Dos faros do caminho na alvorada
Pútrida do mercado, os braços suaves.
Direi o que me foge. Nada direi de mim.
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