segunda-feira, 3 de outubro de 2016

William Burroughs brinca de Guilherme Tell


* Por Talis Andrade


Na festa improvisada
presa a um tênue
fio de prata
a vida se repetia
em uma doente monotonia

De repente o silêncio
Os olhos fazem mira
no copo equilibrado
sobre a cabeça de Joan

O imprevisto tiro na testa
espalha vodka e sangue
nas nuvens e no chão
Fragmentos de vidro
no coração de William

Do cérebro de Joan
a geração beat prensará
comprimidos de benzedrina
Sujos dedos de sangue
escreverão poemas
nas paredes dos guetos
e latrinas

Em torno do corpo de Joan
o almoço nu
está servido


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).




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