Não importa
* Por
Marcelo Labes
Fazem tudo que podem
para comprar automóveis
e não perder a fila das
seis da tarde.
A baixa do cigarro foi
mais comemorada que o
lançamento de antologias
reeditadas de poetas
mortos por cirrose.
Se é golpe ou não,
quem ainda se lembra
dos desconhecidos enterrados
na vala comum de Perus?
A propósito,
a cinza das horas, naquela canção
de Calcanhoto, é o nome do primeiro
livro de Bandeira, no ano em que
a Rússia fervia,
mas nenhuma relação
entre estes fatos é possível
quando a madrugada
se anuncia novamente território
ocupado
- e os refugiados,
não se sabe onde é que se vão
instalar.
Obs.: Este poema foi
publicado, originalmente, sem título. O título acima foi atribuído
(aleatoriamente) pelo Editor.
*Marcelo
Labes é escritor. Autor de Falações (Edifurb, 2008, poemas) e de Porque sim não
é resposta (Edição do Autor, 2014, poema), publica regularmente na sua página,
Matematicaligraficamentira, no Facebook e no Blog.
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