O Limbo
* Por
Pedro J. Bondaczuk
Limbo das emoções,
vazia neutralidade,
sentimentos assépticos,
cômodo anonimato.
A noite,
com olhar de estrelas
é perita em sedução.
A noite,
prostituta devassa,
em leito de plumas negras,
parece miragem.
A noite,
com gritos de angústia,
é monstro que assombra.
A noite
é estrada sem fim
pontilhada de
negra magia.
Não quero olhares de estrela,
ilusões e fantasias que
enganem as emoções.
Não quero leito de plumas,
prostitutas sedutoras
que se desfaçam na bruma.
Não quero gritos de angústia
que habitem a memória,
coral de sombras e fantasmas.
Não quero estradas de fogo,
queimando os pés descalços,
que conduzam à perdição.
Não aceito convites da noite,
falsa e esquiva megera.
Só quero o limbo,
confortável e
familiar, das
ilusões presentes
e saudades atenuadas.
(Poema composto em Campinas, em 24 de junho de
1974).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual
Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do
Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe,
ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma
nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991
a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição
comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O
Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
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