Comunicado da AIFPMJ
* Por
Marcelo Sguassábia
Diante das infundadas
e difamatórias alegações divulgadas a seu respeito pela imprensa nos últimos
dias, a Associação das Indústrias Fabricantes de Placebo do Município de
Jeguinho - AIFPMJ, vem a público esclarecer o seguinte:
- Os dezoito óbitos
ocorridos pela ingestão de comprimidos de placebo, presumivelmente fabricados
pelas indústrias de nossa associação, referem-se a pacientes que notoriamente
sofriam de severos distúrbios psicossomáticos. Por essa razão, muito mais
influenciáveis aos efeitos que a substância ativa poderia acarretar, se
estivesse contida nas cápsulas. Tal fato seria capaz de potencializar
exponencialmente os efeitos de medicamentos com ação farmacológica zero.
- A farinha utilizada
nos placebos por nós distribuídos possui índice comprovado de pureza da ordem
de 99,9999999999%, quimicamente incapaz de abater um ácaro, quanto mais um ser
humano.
- Só podem ser
considerados puros os placebos certificados com o selo "100% inócuo",
conferido por nossa entidade às empresas que cumprem rigorosamente as normas
técnicas por ela estabelecidas. Não há provas periciais até o momento que confirmem
que os placebos ingeridos pelas vítimas tinham em suas cartelas o citado selo.
Da mesma forma, nenhum indício sugere que as cápsulas que provocaram os óbitos
e as de nossa produção sejam de farinha do mesmo saco.
- Mortes por ingestão
de placebos vêm sendo relatadas nos mais diversos rincões do globo, e não
somente ao noroeste do Piauí, como algumas das matérias levianamente dão a
entender. Cabe à comunidade científica internacional - especialmente o FDA
- mobilizar esforços para estudar o
fenômeno em âmbito mundial e posteriormente explicá-lo à opinião pública.
- Por se tratar de
produto de consumo de massa em nossa caatinga
e item de larga tradição no criado-mudo do sertanejo, desde a época do
Brasil Colônia, a pujante indústria do placebo tem consciência de sua
responsabilidade sociofarmacêutica. Tanto que vem sabendo acompanhar as
crescentes exigências do mercado e do consumidor, no que diz respeito à
qualidade das cápsulas distribuídas entre o agreste sergipano e a Chapada do
Dedéu - área onde o consumo disparou nas últimas décadas, ocasionando inclusive
o aparecimento de dezenas de rotas de tráfico da substância.
- Entendemos que o
placebo genérico, cuja entrada no mercado foi recentemente regulamentada após
forte lobby em Brasília, não pode ser admitido farmacologicamente como placebo
por não ter sua pureza controlada pelos órgãos reguladores a que a nossa
entidade está submetida. Consequentemente, seu uso representa potencial ameaça
à saúde pública.
* Marcelo Sguassábia é redator
publicitário. Blogs: WWW.consoantesreticentes.blogspot.com
(Crônicas e Contos) e WWW.letraeme.blogspot.com
(portfólio).
Sentimo-nos seguros diante da credibilidade afiançada pela indústria do placebo.
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