segunda-feira, 13 de maio de 2013


A perdição da Musa

* Por Talis Andrade

Dois olhos duas vezes dois olhos
não são nunca duas vezes parecidos
Mutantes como a lua as mulheres
sempre têm uma face escondida
assim era Gala inconstante e bela

Duas vezes o bastante
duas vezes duas vezes
para Gala se render
diante da magnetizante
aparição de Dalí

Aparamentado como um rei
Dalí se apresentou
ao som de trombetas
tonitruantes


No segundo dia
Gala se perdeu
Estonteada estonteante
diante do macho nu
besuntado de excremento de bode

Gala se entregou no segundo dia
que viu Pan encarnado em Dalí
Sedutora sensualidade demoníaca
quem haveria de resistir


 
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do“Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e“A República” (Natal). Tem 13 livros publicados, entre os quais o recém-lançado“Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros à espera de edição.

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