Menino de rua
* Por Wilson Freire
Av. Rosa e Silva, Recife, hoje, sexta-feira, 22 horas. Paro em uma
farmácia. Um menino, cerca de 14 anos, preto, pobre e periférico em tudo desde
os ancestrais se aproxima.
- Dotô, tô olhando seu carro.
Eu: Menino, o que você tá fazendo na rua uma hora dessas? (Que
pergunta!)
Ele: Batalhando, dotô!
Eu: E você é um guerreiro? (Outra pergunta digna de nem sei o quê.)
Ele: "Se é de batalhas que se vive a vida...
Aí eu esperei o fechamento com o clássico "tente outra vez".
Ele: PENSE outra vez.
Aí, eu, com o rabo entre as pernas, de orelhas murchas, pensei: Pra quê
literatura?
* Escritor
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