terça-feira, 14 de maio de 2013


Boutades e tiradas (2)

* Por Antonio de Campos

Pensar faz bem à saúde: evita alzheimer

LEI SECA

Lei imposta a nós, Nordestinados, há 124 anos, desde o Imperador do Sul do Brasil, Dom Pedro II, que, em 09 de novembro de 1889, promoveu uma festa de arromba, que passou à história com o nome de O Baile da Ilha Fiscal, com derrame, para mais de 2000 pessoas da plutocracia, de:

188 caixas de vinho, 80 caixas de champanhe e 10 mil litros de cerveja, além de licores, destilados & um bufê exótico, preparado por 48 cozinheiros durante três dias, servido por 150 copeiros (e o povão de fora, pra variar), com a verba (100 contos de réis) destinada a socorrer os flagelados da Seca no Ceará, que serviu de justificativa (todo Golpe precisa duma justificativa, dum pretexto) para o 1º Golpe Militar Brasileiro, com a proclamação da República (e o povão de fora, sempre, pra variar), que lhe custou o trono seis dias depois, em 15 de novembro.

O último Golpe Militar foi desferido em 1964, num dia semelhante a este de hoje, 1º de Abril – Dia dos Tolos – (e o povão de fora, como de antigo costume), cujo número, segundo o Eclesiastes, é infinito, completando, portanto, exatas 49 primaveras sem flores, que derrubando um governo eleito pelo povo, de dentro agora, diferente do primeiro & do último golpe, nos trouxe a nebulosa infecta de homens sem ideias & ideais, que aí está, tirando de foco as grandes & mais do que prementes questões nacionais, discutindo casamento gay, a suposta maldição bíblica dos negros, descendentes dum inexistente filho dum irreal, ilusório & mitológico Noé, serem amaldiçoados.

Maldição essa inventada pela Igreja Católica para poder se beneficiar da escravidão, do tráfico negreiro, como de fato se beneficiou (e semana passada fez sua segunda opção pelos pobres, com o papa Francisco I, em meio século), apoiada & assumida pela Igreja de Lutero, também escravista, também beneficiária & beneficiada, e mais outros desvios de atenção, enquanto o país, descerebrado, se afunda num Buraco Negro, sem retorno, nem “condenação” bíblica.

* Escritor

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