quarta-feira, 1 de junho de 2011



Cinquentinha

* Por Marleuza Machado

Foi como fazer o pouso suave com um balão, no momento preciso, no local determinado. E a viagem foi lenta, repleta de expectativas, recheada de experiências, leve, por eu ter me desfeito - em pleno ar - do peso de sentimentos inúteis que ameaçavam a estabilidade do voo.

Viajei, ora só, ora com amadas e agradáveis companhias. Deslumbrei-me com belas paisagens, sobrevivi a enormes tempestades, planei em itinerários líricos! Chorei, sorri, amei... Enfim, pousei. Como não podia deixar de ser, aterrisei madura e tranquila na marca dos cinquenta.

E sendo natural da condição humana permanecer em contínuo movimento, esse pouso nada mais é que o cumprimento de uma data, no calendário que um senhor, chamado tempo, criou. Não significa, no meu conceito, momento de repouso, pausa para contemplação da vida, ou instante de lamentar se a "carreirinha" de cápsulas matinais aumentou. Sinto meu balão repleto de gás! O infinito me espera e nele, busco desafiar todos os limites que o tal senhor também costuma impor.

• Poetisa e jornalista

3 comentários:

  1. Meio centenário de perdas e ganhos e com uma notável capacidade de renovação. Vai chegar bem aos noventa, indepedente das doenças que aparecerem. Não temas o que a medicina pode nos oferecer. Tentarei guiar-me pelas suas certezas, Marleuza.

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  2. Aos 50, fisicamente, estou melhor que aos 30, Mara. Emocionalmente, tive também um grande salto de crescimento.
    Não esquecerei seu conselho sábio. Hoje, sou usuária de vários ramos da medicina, o que tem me proporcionado uma excelente qualidade de vida.
    Então, só me resta viver. E bem!
    Obrigada!
    Beijos.

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  3. Há quem se deixe guiar pelo manual
    cronológico.
    Permita sempre guiar-se pelo que te faz
    bela por dentro e por fora.
    Abraços Marleuza.

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