Para pensar melhor
O consumidor habitual de livros, aquele que reserva verba mensal do seu orçamento doméstico para adquirir esse “alimento” fundamental do espírito e que movimenta o mundo editorial, viabilizando-o como negócio, muitas vezes reluta em adquirir obras técnicas, voltadas para administração de empresas, economia, relacionamentos profissionais etc. Entende que se trata de publicação específica, destinada a um público certo, por sua utilidade prática para as áreas a que supostamente se destina. Acho bobagem de quem tem esse tipo de idéia.
Todo livro, seja técnico ou não, tem o que ensinar ao leigo, notadamente quando se destina a desenvolver seu potencial e a auxiliá-lo a ter desempenho melhor. Também não sou avesso às obras consideradas de auto-ajuda, desde que o leitor, claro, não as considere soluções “mágicas” e infalíveis para todos seus problemas e o autor não as apresente como tal. Você sempre irá encontrar (salvo raras exceções), conhecimentos úteis que, de uma forma ou de outra, irão melhorar seu desempenho e sua vida.
A maioria dos compradores opta por adquirir livros de ficção, voltados, principalmente, ao lazer, como romances, novelas e contos. Claro que não me oponho a essa opção, desde que não seja exclusiva. Desde que esse consumidor habitual reserve, também, recursos para esse outro tipo de publicação. Tenho em mãos, por exemplo, um livro supostamente voltado à área empresarial. Seu título, no entanto, já sugere utilidade para todas as pessoas. É “Pense melhor”, que só não interessaria a quem se recusasse a pensar (como se isso fosse possível) e entendesse que o pensamento é coisa dolorosa e ruim. Óbvio que não é.
O autor desse alentado e precioso volume, de 293 páginas, Tim Hurson, sul-africano de nascimento, mas criado em Manhattan, Nova York, cosmopolita metrópole norte-americana, é um entusiasta do pensamento produtivo. Daquele que não se limita a mera elucubração (que também é útil, por sinal), que não gera nenhuma ação e, portanto, não produz resultados objetivos e práticos (embora possa produzir os subjetivos).
Trata-se de uma publicação que já tem certo tempo (data de 2008), da DVS Editora, com tradução e adaptação (na edição brasileira), de Beth Honorato. Tive a honra e o privilégio de ser citado nominalmente em uma das notas explicativas de rodapé. Mas, creiam-me, não é esta a razão de eu abordar esse livro e recomendá-lo a todos vocês. Li-o, avidamente, pois o estilo de Tim Hurson, fluente e direto, é convidativo e o tema sempre me fascinou.
Há quem entenda não ser possível a ninguém melhorar a natureza e a qualidade do seu pensamento. Quem pensa dessa maneira está equivocado. Como se diz confidencialmente: “está redondamente enganado”. Há métodos eficazes e até infalíveis que nos permitem essa melhoria. É aquela questão de treinamento a que me referi recentemente em uma das minhas considerações neste espaço. Da mesma forma que nosso corpo necessita de exercício para ter desempenho melhor, o raciocínio também requer treino regular, disciplinado e constante.
Além da explanação da sua tese, acompanhada dos métodos para desenvolver capacidade maior (e melhor, obviamente) de raciocínio. Tim Hurston cita a opinião de vários escritores, filósofos, enfim, personalidades vencedoras, a esse propósito. Como esta, do laureado escritor, dramaturgo e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, o irlandês George Bernard Shaw: “A imaginação é o princípio da criação: imaginamos o que desejamos, desejamos o que imaginamos e, finalmente, criamos o que desejamos”. E não é assim que as coisas funcionam?
Claro que essas citações têm que ser contextualizadas, o que o autor faz com habilidade e inteligência. Reproduz, por exemplo, essa importante constatação feita pelo escritor norte-americano Will Rogers, para a qual raramente atentamos: “Não é o que não sabemos que nos prejudica, mas o que temos certeza de que é verdade e de fato não é”. Cita, também, o que Jim Collins comprovou: “O bom é inimigo do ótimo”. E não é?! Via de regra nos contentamos com ele e não buscamos melhorar, achando que isso não é possível, quando, no entanto, é.
Como se vê, mesmo que você não seja empresário ou ligado à área empresarial como funcionário (como gerente por exemplo, ou chefe dop setor de RH), poderá extrair preciosas lições desse excelente livro. Em recente entrevista para o canal Canadá AM, Tim Hurston observou o seguinte sobre sua tese e, mais especificamente, sobre a necessidade de se pensar melhor: “O modelo de pensamento produtivo é uma estrutura comprovada. Podemos, de fato, pensar melhor, mais sólida e eficazmente se aplicarmos essa ferramenta para criar soluções originais para problemas empresariais de grande complexidade e solucionar problemas pessoais prementes. Tanto no âmbito pessoal quanto no empresarial , o pensamento produtivo pode mudar significativamente a vida das pessoas”.
Em determinado trecho dessa entrevista, Tim Hurston faz esta enfática exortação: “Fuja do pensamento padrão!”. O autor traz este exemplo prático do quanto é útil, e econômico, buscar soluções simples para problemas práticos complexos, mediante pensamento criativo: “Dentre as inúmeras descobertas que a NASA fez quando começou a mandar pessoas para o espaço foi que as canetas dos astronautas não funcionavam bem por causa da ausência de gravidade. A tinta não fluía apropriadamente. Para solucionar esse problema, a NASA gastou milhões de dólares em pesquisas e protótipos para desenvolver o que passou a ser chamado de space pen ou caneta pressurizada. Já os soviéticos, também conseguiram solucionar esse mesmo problema, mas de uma maneira bem mais barata e, há bons motivos para acreditarmos, bem mais eficaz: eles forneciam lápis aos astronautas!”. Simples assim. Bastou que se pensasse melhor.
Boa leitura.
O Editor.
O consumidor habitual de livros, aquele que reserva verba mensal do seu orçamento doméstico para adquirir esse “alimento” fundamental do espírito e que movimenta o mundo editorial, viabilizando-o como negócio, muitas vezes reluta em adquirir obras técnicas, voltadas para administração de empresas, economia, relacionamentos profissionais etc. Entende que se trata de publicação específica, destinada a um público certo, por sua utilidade prática para as áreas a que supostamente se destina. Acho bobagem de quem tem esse tipo de idéia.
Todo livro, seja técnico ou não, tem o que ensinar ao leigo, notadamente quando se destina a desenvolver seu potencial e a auxiliá-lo a ter desempenho melhor. Também não sou avesso às obras consideradas de auto-ajuda, desde que o leitor, claro, não as considere soluções “mágicas” e infalíveis para todos seus problemas e o autor não as apresente como tal. Você sempre irá encontrar (salvo raras exceções), conhecimentos úteis que, de uma forma ou de outra, irão melhorar seu desempenho e sua vida.
A maioria dos compradores opta por adquirir livros de ficção, voltados, principalmente, ao lazer, como romances, novelas e contos. Claro que não me oponho a essa opção, desde que não seja exclusiva. Desde que esse consumidor habitual reserve, também, recursos para esse outro tipo de publicação. Tenho em mãos, por exemplo, um livro supostamente voltado à área empresarial. Seu título, no entanto, já sugere utilidade para todas as pessoas. É “Pense melhor”, que só não interessaria a quem se recusasse a pensar (como se isso fosse possível) e entendesse que o pensamento é coisa dolorosa e ruim. Óbvio que não é.
O autor desse alentado e precioso volume, de 293 páginas, Tim Hurson, sul-africano de nascimento, mas criado em Manhattan, Nova York, cosmopolita metrópole norte-americana, é um entusiasta do pensamento produtivo. Daquele que não se limita a mera elucubração (que também é útil, por sinal), que não gera nenhuma ação e, portanto, não produz resultados objetivos e práticos (embora possa produzir os subjetivos).
Trata-se de uma publicação que já tem certo tempo (data de 2008), da DVS Editora, com tradução e adaptação (na edição brasileira), de Beth Honorato. Tive a honra e o privilégio de ser citado nominalmente em uma das notas explicativas de rodapé. Mas, creiam-me, não é esta a razão de eu abordar esse livro e recomendá-lo a todos vocês. Li-o, avidamente, pois o estilo de Tim Hurson, fluente e direto, é convidativo e o tema sempre me fascinou.
Há quem entenda não ser possível a ninguém melhorar a natureza e a qualidade do seu pensamento. Quem pensa dessa maneira está equivocado. Como se diz confidencialmente: “está redondamente enganado”. Há métodos eficazes e até infalíveis que nos permitem essa melhoria. É aquela questão de treinamento a que me referi recentemente em uma das minhas considerações neste espaço. Da mesma forma que nosso corpo necessita de exercício para ter desempenho melhor, o raciocínio também requer treino regular, disciplinado e constante.
Além da explanação da sua tese, acompanhada dos métodos para desenvolver capacidade maior (e melhor, obviamente) de raciocínio. Tim Hurston cita a opinião de vários escritores, filósofos, enfim, personalidades vencedoras, a esse propósito. Como esta, do laureado escritor, dramaturgo e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, o irlandês George Bernard Shaw: “A imaginação é o princípio da criação: imaginamos o que desejamos, desejamos o que imaginamos e, finalmente, criamos o que desejamos”. E não é assim que as coisas funcionam?
Claro que essas citações têm que ser contextualizadas, o que o autor faz com habilidade e inteligência. Reproduz, por exemplo, essa importante constatação feita pelo escritor norte-americano Will Rogers, para a qual raramente atentamos: “Não é o que não sabemos que nos prejudica, mas o que temos certeza de que é verdade e de fato não é”. Cita, também, o que Jim Collins comprovou: “O bom é inimigo do ótimo”. E não é?! Via de regra nos contentamos com ele e não buscamos melhorar, achando que isso não é possível, quando, no entanto, é.
Como se vê, mesmo que você não seja empresário ou ligado à área empresarial como funcionário (como gerente por exemplo, ou chefe dop setor de RH), poderá extrair preciosas lições desse excelente livro. Em recente entrevista para o canal Canadá AM, Tim Hurston observou o seguinte sobre sua tese e, mais especificamente, sobre a necessidade de se pensar melhor: “O modelo de pensamento produtivo é uma estrutura comprovada. Podemos, de fato, pensar melhor, mais sólida e eficazmente se aplicarmos essa ferramenta para criar soluções originais para problemas empresariais de grande complexidade e solucionar problemas pessoais prementes. Tanto no âmbito pessoal quanto no empresarial , o pensamento produtivo pode mudar significativamente a vida das pessoas”.
Em determinado trecho dessa entrevista, Tim Hurston faz esta enfática exortação: “Fuja do pensamento padrão!”. O autor traz este exemplo prático do quanto é útil, e econômico, buscar soluções simples para problemas práticos complexos, mediante pensamento criativo: “Dentre as inúmeras descobertas que a NASA fez quando começou a mandar pessoas para o espaço foi que as canetas dos astronautas não funcionavam bem por causa da ausência de gravidade. A tinta não fluía apropriadamente. Para solucionar esse problema, a NASA gastou milhões de dólares em pesquisas e protótipos para desenvolver o que passou a ser chamado de space pen ou caneta pressurizada. Já os soviéticos, também conseguiram solucionar esse mesmo problema, mas de uma maneira bem mais barata e, há bons motivos para acreditarmos, bem mais eficaz: eles forneciam lápis aos astronautas!”. Simples assim. Bastou que se pensasse melhor.
Boa leitura.
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Há mais de 25 anos venho treinando para pensar melhor. Sinto-me bem usando a técnica sugerida no livro de auto-ajuda "Seus pontos fracos", do Dr. Wayne W. Dyer, que diz mais ou menos assim: "você sente o que você pensa e você pensa o que você quer". Melhorei, mas pretendo melhorar mais. Quem sabe quando ler a sua sugestão?
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