terça-feira, 21 de junho de 2011







O que a gente aprende



* Por Fabiana Bórgia

Escrever coisas tristes não é sinônimo de ser ou estar triste.
Alegria e tristeza são faces da mesma moeda.
Ser feliz é saber lidar com as duas.

A única impossibilidade é viver passado.

Loucura: o que é irracional?
Poesia não tem razão.
Logo, poesia é loucura.

Loucura é deixar de dizer o que sente.
Viver um presente vão.
Logo, poesia não é loucura.

Poesia não tem explicação.
É como possessão.
Livre de qualquer razão com o apelo do sentimento.

Sentimento arde.
Não há medicação.
Nada conserta o coração.

E nesta explosão, depois de tanto sentir, eu me calo.
Tarefa quase impossível para mim, que preciso parir.
A impossibilidade reside no passado.

Eu vim para o Rio de Janeiro.
Aqui, me perdi e me achei.
Há quem me procure.
Há quem me esqueça.
Há quem não pense em mim.
Não tem problema.
A gente não vem para exigir.
E cada um dá o que pode.

Eu vim em busca de sonhos.
E aqui plantei o meu chão junto à ilusão do Pão-de-Açúcar.
De Laranjeiras.
Dos botecos do Leblon.
Da beleza da Zona Sul.
Eu sou carioca.

Há dez anos atrás, eu não imaginava que seria capaz de inventar tantos mundos.
Que teria dois livros prontos.
Vários livros escritos.
Muitos amigos.
Muitos amores.
Tantos desejos.

É, minha casa está cheia.
Estou de mudança.
Para onde eu vou?

• Escritora por vocação e advogada por formação. Paulista por natureza e carioca por estado de espírito. Engenheira de sonhos: alguém em eterna construção. Autora do livro “Traços de Personalidade”

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