domingo, 21 de janeiro de 2018

Versos a um amigo



* Por Pedro J. Bondaczuk

Amigo, nada mudou.
O mundo ainda é o mesmo,
imerso em incoerência,
faz (e desfaz) da ciência
arma afiada e mortal
de coletiva demência.

Vê, amigo, sente o drama.
O ouro, a grana, the money,
só fazem proselitismo,
tornam o talão de cheques
num moderno catecismo
desta tão absurda crença
chamada capitalismo.

Vê e reflete comigo.
O que fizeram do amor
(que é antípoda do vício)?!
Dissimula aberrações,
mascara-se em meretrício!

Vê, meu amigo, que chato,
o que fizeram do mundo,
do seu grandioso ideal,
do seu desejo real
de atingir a perfeição:
mero caminho sem rota,
discurso, elucubração,
alvo de riso e chacota.

Por isso, quando eu escrevo
versos soltos (comovidos)
carregados de emoção
deixa que eu ainda o chame
de parceiro, amigo, irmão!

(Poema composto em Campinas, em 11 de junho de 1974).




* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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