De
onde vem
* Por
Leonardo Marona
porque
tudo isso é muito
mais
um asco moderado,
um
fermento leporino
para
inchar de antagonismos
o dormir e o permanecer.
o dormir e o permanecer.
não
passa do estômago,
manter
por lá o quanto puder.
de
lá para a privada,
ainda
que seja
uma
privada divina.
enquanto injetarem-se
os
olhos ainda vacilantes
andarás,
não sentirás, mas
verás
como te observam
meneando
as cabeças nas ruas
e
saberás: ainda és veloz.
e
quando souberes: permaneces,
haverá
de acontecer algo,
terás
de fazer algo, pois que
permanecer
é fazer algo,
e
miseravelmente estarás pequeno
diante
de um imenso portão;
e
cairás de joelhos.
se tiveres fossa de escoamento,
despejar,
não sem elegância,
mesclar
um novo sofrimento;
entenderás
enfim que não precisas
mesclar
nada: está tudo aí.
nas
dobras dos teus erros,
na
casa compartilhada,
nos
abusos do teu coração,
na
força em aproximar,
no
lençol de realejos;
está
sobretudo nos restos
do
êxodo que não partilhaste.
as
contas dificultam o trajeto.
sem
contar, morrerás logo.
mas
és de qualquer forma um vivo-
morto,
pois nutres no estômago
mortes
insuperáveis e deságuas
farpas
como fossem marfim.
*
Poeta e escritor.
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