terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Mãos e mundo


* Por Emanuel Medeiros Vieira


A causa fundamental dos problemas no mundo é que os estúpidos são cheios de certezas enquanto os inteligentes estão cheios de dúvidas”. Carl Gustava Jung (1875-1961)

Aquelas mãos tão inquietas antes inertes agora cruzadas (o cheiro de flor e vela). Para onde iremos? A pergunta é inútil: nunca saberemos.

Festas, carnavais, delírios, drogas (e violência, autofagia, crueldade, medo). Depois, todos irão embora, ele ficará lá debaixo dos sete palmos.

E muitos pensarão: “Credo, final de ano e ele gosta de escrever coisas tristes, pessimistas”. O bom da idade é que não mais nos importamos com os juízos alheios e com a ignorância deslumbrada.

Somos poucos? Somos. Tantos cantores sertanejos, tanto funk – para que se preocupar, afora a Annita...” E as mãos estarão para sempre quietas – sempre.

(Salvador, 30 de dezembro de 2017)

* Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava simpósios”, entre outros.


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