sábado, 30 de maio de 2015

Pra não dizer que não falei do amor


* Por Clóvis Campêlo

Pra não dizer que não falei do amor
despojei-me de qualquer medida,
encarei sem receio a própria vida,
sanei no verso torto toda dor;

busquei lembrar do brilho dos teus olhos,

do toque morno da língua em tua boca,
do teu corpo úmido, nú, sem roupa,
do teu regaço onde me recolho;

joguei por terra a vã filosofia,

transformei profundo abismo em ponte,
fiz do firmamento novo horizonte,
transpus em noite quente a tarde fria.

Pra não dizer que não falei do amor.


Recife, 2007

* Poeta, jornalista e radialista, blogs:



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