Recuperação da sociedade
* Por Roberto Corrêa
Enquanto aguardamos o surgimento de temas ou noticiários fáticos que se
enquadrem no esquema que objetivamos desenvolver, vamos remexendo textos
antigos que, de certa forma comprovam que a degradação vem de longe e que a
maioria ainda persegue e aguarda a recuperação desta sociedade.
Em mini palestra que fiz na ACLA, possivelmente na última década do
século passado, indagava-se se a sociedade daquela época seria recuperável.
Respondi: “realmente a situação existente é calamitosa e esse degradante estado
de coisas é explicado pela mídia eletrônica e impressa com o máximo prazer,
pois os seus divulgadores – no afã de agir com imparcialidade e demonstrar
insensibilidade jornalística – não lastimam nem condenam os fatos, mas
simplesmente os relatam. E os relatam, muitas vezes, perversa e sadicamente.
Jornais, revistas, rádios e tevês, fazem questão de abordar assuntos
escabrosos: sexo fobia tripudiando sobre a degradação da família, com a
apologia do divórcio, das uniões livres, exacerbação do prazer com o uso de drogas,
tolerância comprometedora com o homossexualismo masculino e feminino e assim
por diante. Com a continua e diuturna divulgação dos nefandos crimes, mazelas,
sofrimentos, o homem se desumaniza cada vez mais e tende a agir como os animais
ou até de forma pior, pois inteligente, exacerba os requintes do mal e da
perversidade.Mas, de outro lado, felizmente, encontramos indivíduos corretos,
capacitados, seres racionais de elevado quilate, que sabem distinguir clara e
insofismavelmente, as coisas boas das coisas más. Esses indivíduos , que
constituem a minoria, não significando isso que sejam em número demasiado
pequeno , é que a poderão recuperar. Mas a luta não será fácil, pois a maioria,
qual horda avassaladora, tende a esmagar os que lhes oferecem resistência. Além
do mais, a minoria não se encontra totalmente unificada e se enfraquece na
pluralidade de conceitos, religiões, filosofias, opiniões.
O homem vive a se debater em guerras e crises, como se fossem poucos os
percalços e as dificuldades do cotidiano. Qual a razão disso? Não conseguirá
viver em paz, harmonia e felicidade nesse maravilhoso Universo que o cerca?
Pensamos que não porque a grande maioria da população mundial se encontra
afastada do verdadeiro Deus e, consequentemente, dos caminhos que conduziriam à
vida terrestre feliz. Não vamos nos alongar. Dentro do contexto que nos
propusemos, e apontando razão ou razões das crises que nos afetam podemos
afirmar com segurança que a principal causa dos males sociais da Era Cristã
reside na crença da inexistência de Deus ou, ao menos no predomínio profundo do
agnosticismo. Se Deus criou o Universo e a nós mesmo, é lógico que não estará
do nosso lado se Nele não acreditamos ou duvidamos de Sua existência.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e
Curiosidades, O Homem Só.
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