sexta-feira, 26 de abril de 2013


Capibaribe chora

 * Por Carmem Lúcia Couto

Flutua banhando a cidade,
Rio das Capivaras,
o tupi teu nome traz,
Recife a noite encanta...
Pessoas, hoje, pouco alimenta.
Triste musgo, abandono doente,
teu leito pede clemência,
tuas águas hoje choram.

Leva botes, canoas,
provoca às vezes enchente,
senhores, feitores, lavradores,
sangue, colonos,
sonhos desfeitos,
da cana-de-açúcar já foi leito,
na agricultura destaque,
fértil ventre, paisagem colonial,
várzea, massapê, terra vermelha,
que pena não voltam mais.

Deitam por teu leito vários bairros.
Poço da Panela, Torre, Capunga,
Derby, Madalena,
Caxangá, Apipucos.
Hoje está esquecido,
triste, forrado de lama,
assoreado, abandonado.

Capibaribe dos poetas,
das descobertas,
das lembranças,
sonho passado de paraíso,
presente agonizante,
veia do mar e dos mangues...
das pontes.

Revoluções, fugas, assassinatos,
banharam-te de sangue.
É história de vitória, um futuro melhor,
quem sabe...
Porém no triste presente,
Capibaribe hoje implora,
está longe do que foi antes,
Capibaribe suspira sofre,
desprezado chora.

* Poetisa

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