sexta-feira, 19 de abril de 2013


Pílulas literárias 166

* Por Eduardo Oliveira Freire

FOI EMBORA

Respiro e abro os olhos para o desconhecido... Sou um fugitivo das ondas que desmancham meus castelos de areia.” Depois de escrever esse trecho, jogou-o fora. “Muito clichê, para começar uma história. Não sei o motivo, estou ficando vazio.”
No dia seguinte, esqueceu quem era.

****

MESMO FATO E VERSÕES DIFERENTES


Cara, hoje, aconteceu uma coisa surreal. Uma mulher deu em cima de mim no metrô e quando fui embora, ela me seguiu. Percebi e parei na sua frente, ela me beijou. Sem nos falarmos, fomos para um apartamento vazio e transamos a tarde inteira no chão. Depois, ela desapareceu, deixando um bilhete para deixar a chave com o porteiro. Por isso que
matei aula.
“Terça-feira...
Hoje, encontrei um rapaz muito parecido com Antônio no metrô e todas as lembranças reviveram em mim. Eu pensava que estava tudo superado, depois de anos de terapia. Mas, o destino me pregou uma peça de reencontrar Antônio através daquele rapaz
O curioso: Não me sinto culpada de trair César em nosso novo apartamento...

****
IMAGEM DE UM SONHO

Era uma vez. Uma princesa muito boa e adorada por seus súditos. Mas, a princesa da discórdia apareceu na tempestade e, com seus soldados, invadiu o castelo da princesa  boa. Quando as duas se encontraram, uma força as atraiu e se beijaram até se fundirem num ovo, onde surgiu outra princesa que encerrou a batalha. Essa era serena e implacável ao mesmo tempo. Os súditos ora a amavam ora a odiavam.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor



Um comentário:

  1. Vai aspirando a escrevendo cada vez melhor. Os micro-contos estão mirabolantes e cheios de boas ideias. Eu gosto de lê-los.

    ResponderExcluir