América,
América
* Por Paulo José Cunha
para
Mayra
Estou de braços abertos
E tenho os olhos fechados
Estou no centro da noite
Estou sozinho no mundo
Estou sozinho na América
Escuto vozes distantes
Vêm da Península Ibérica
São hinos de reza ou guerra
São batuques d’além mar
Estou no centro da noite
Estou sozinho na América
E tudo gira ao redor
Estou sozinho no mundo
Ninguém ouve esta cantiga
E nada estanca esta dor
Ouço gritos, vozes d’África
Lamentos de degredados
Percutem baques de crânios
Na eterna noite da América
De onde vêm os soluços
Murmúrios do mar profundo?
Estou no centro da noite
Estou de braços abertos
Estou sozinho no mundo
Estou sozinho na América
`
* Poeta,
jornalista, professor e documentarista piauiense, autor dos livros “Salto sem
trapézio”, “Perfume de resedá”, “Vermelho, um pessoal garantido” e “Caprichoso,
a terra do azul”.
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