sexta-feira, 19 de junho de 2015

Gim com abrunho


* Por Seamus Heaney


O tempo aberto do junípero
nublado pelo inverno,
ela abasteceu o gim de abrunhos
e selou a garrafa de vidro.

Quando a desatarrachei
senti o aroma da agitada
calma acre de um arbusto
crescendo na despensa.

Quando a verti
tinha um fio cortante
e ardia
como a Betelgeuse.

Bebo a ti
em turvo-esfumaçado,
negro-azulado abrunho, amarga
e confiável.

* Poeta irlandês, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1995.


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