domingo, 21 de junho de 2015

Entre a transcendência e o horror
  
O homem, com todas as "maravilhas" tecnológicas que inventou e desenvolveu, está, na verdade, em um estágio bastante primitivo de consciência. Não acreditam? Raciocinem. O gênio dos gênios (pelos parâmetros contemporâneos) não passa de um boçal primitivo se for levado em conta o potencial imenso do cérebro humano.
  
Tudo o que esse animal que pensa criou – desde a linguagem falada à escrita, desde as artes às ciências, desde o automóvel ao computador etc. etc. etc. –  são brinquedos infantis diante do que poderia criar se tivesse pleno domínio sobre sua mente. Mas não tem. Terá algum dia? Como saber? Presumo que um ou outro até possa atingir esse ápice da consciência, mas... a espécie toda jamais atingirá. Não se trata de nenhuma ilação pessimista, gratuita e irresponsável, mas questão da mais elementar das lógicas.
  
As engenhocas ditas de alta tecnologia, que maravilham e encantam a tantos, não passam de instrumentos extremamente rústicos e primitivos (como são para os contemporâneos as facas e machados de silex dos que habitavam as cavernas há somente onze mil anos), se comparados com o que pode ser feito em um futuro não muito remoto. Pode... Mas será? Eis a grande questão. O homem tanto pode fazer coisas miraculosas, que atualmente não dá para sequer imaginar, quanto pode retroagir à barbárie, voltar á caverna primitiva ou mesmo anterior a essa fase, e, até mesmo, promover a extinção não somente da espécie, mas de todos os seres vivos sem exceção além da destruição do próprio Planeta. Recursos para isso já existem, esteja certo o leitor.
  
As armas nucleares são implacável espada de Damócles a pender sobre a cabeça da humanidade, sem que esta desperte para tal ameaça, se conscientize desse perigo e se dê conta dele. Ele é concreto, é real e, pior, é iminente. O homem oscila numa instabilíssima corda-bamba, estendida sobre quilométrico abismo, buscando a transcendência, mas podendo despencar a qualquer instante no cânion do horror. E não adianta os alienados negarem, afirmando que o instinto de sobrevivência humano (que não é nada diferente do dos demais animais) é soberano e impedirá esse desfecho. Mas é mesmo? Então por que as potências nucleares não destroem todas essas armas, sem que reste uma única? Por que a humanidade não “esquece”, de alguma forma (em salvadora amnésia coletiva), a maneira de produzir estes poderosos e implacáveis instrumentos de destruição? Sim, por que?!!!   
  
O homem vive em um mundo de mistérios que, no entanto, é simples grão de areia (se tanto) na imensidão universal repleta de infinitos mundos. No entanto... seu cérebro abarca toda essa grandeza, que seus sentidos são impotentes em captar. Sua imaginação, com velocidade maior do que a da luz, o leva, em questão de segundos, a locais tão longínquos que só podem ser imaginados. Onde está o limite do universo? Alguns cientistas (brilhantes, posto que arrogantes) julgam saber. Sabem, de fato, todavia? Duvido! É mais provável que os poetas saibam ou ao menos desconfiem.  
  
Porém, não me canso de admirar o estágio de consciência que o homem já atingiu, mesmo admitindo que é virtualmente “um nada” diante do potencial que tem e que poderia (e deveria) ser explorado e ampliado “ad infinitum”. Com que instrumento maravilhoso a natureza dotou esse animal atípico, que embora tendo os mesmos instintos, necessidades e fragilidades dos demais, se destaca de todos por contar com esse poderoso recurso!!!
  
O que o torna tão potente e eficaz? Há tempos vem se tentando simulá-lo, mediante o desenvolvimento dos computadores. Estes têm "memória" e realizam operações que pessoa alguma consegue fazer com a mesma precisão e velocidade. No entanto... não passam de máquinas. Não pensam. Não tomam decisões. Não se ligam sozinhos. Não sentem. Dependem do homem para serem construídos e operados.
  
Ou seja, não criam, não sonham e nem têm (e nem podem ter) emoções. O cérebro humano, por sua vez, reitero, tem capacidade virtualmente infinita. O que o faz funcionar? Corrente elétrica? Reação química? Magia? Ou é esse mistério dos mistérios, cuja origem e destino são absolutamente desconhecidos e que se conhece por alma?
  
É nela que reside a transcendência humana, o "sopro" divino que fez do homem o único animal inteligente da natureza, neste e nos milhões de planetas habitados que certamente existem em outras partes do universo. Mas isso, ou seja, a existência de seres extraterrestres, inteligentes ou não, já é mera presunção da minha parte, porquanto não há, até agora, a mais reles prova de que realmente existam alhures.
  

Boa leitura.

O Editor.


 Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk

Um comentário: