Entre
a transcendência e o horror
O homem, com todas as
"maravilhas" tecnológicas que inventou e desenvolveu, está, na
verdade, em um estágio bastante primitivo de consciência. Não acreditam?
Raciocinem. O gênio dos gênios (pelos parâmetros contemporâneos) não passa de
um boçal primitivo se for levado em conta o potencial imenso do cérebro humano.
Tudo o que esse animal que pensa criou –
desde a linguagem falada à escrita, desde as artes às ciências, desde o
automóvel ao computador etc. etc. etc. – são brinquedos infantis diante do que poderia
criar se tivesse pleno domínio sobre sua mente. Mas não tem. Terá algum dia?
Como saber? Presumo que um ou outro até possa atingir esse ápice da consciência,
mas... a espécie toda jamais atingirá. Não se trata de nenhuma ilação
pessimista, gratuita e irresponsável, mas questão da mais elementar das
lógicas.
As engenhocas ditas de alta tecnologia,
que maravilham e encantam a tantos, não passam de instrumentos extremamente
rústicos e primitivos (como são para os contemporâneos as facas e machados de
silex dos que habitavam as cavernas há somente onze mil anos), se comparados
com o que pode ser feito em um futuro não muito remoto. Pode... Mas será? Eis a
grande questão. O homem tanto pode fazer coisas miraculosas, que atualmente não
dá para sequer imaginar, quanto pode retroagir à barbárie, voltar á caverna
primitiva ou mesmo anterior a essa fase, e, até mesmo, promover a extinção não
somente da espécie, mas de todos os seres vivos sem exceção além da destruição
do próprio Planeta. Recursos para isso já existem, esteja certo o leitor.
As armas nucleares são implacável
espada de Damócles a pender sobre a cabeça da humanidade, sem que esta desperte
para tal ameaça, se conscientize desse perigo e se dê conta dele. Ele é
concreto, é real e, pior, é iminente. O homem oscila numa instabilíssima
corda-bamba, estendida sobre quilométrico abismo, buscando a transcendência,
mas podendo despencar a qualquer instante no cânion do horror. E não adianta os
alienados negarem, afirmando que o instinto de sobrevivência humano (que não é
nada diferente do dos demais animais) é soberano e impedirá esse desfecho. Mas
é mesmo? Então por que as potências nucleares não destroem todas essas armas,
sem que reste uma única? Por que a humanidade não “esquece”, de alguma forma
(em salvadora amnésia coletiva), a maneira de produzir estes poderosos e
implacáveis instrumentos de destruição? Sim, por que?!!!
O homem vive em um mundo de mistérios
que, no entanto, é simples grão de areia (se tanto) na imensidão universal repleta
de infinitos mundos. No entanto... seu cérebro abarca toda essa grandeza, que
seus sentidos são impotentes em captar. Sua imaginação, com velocidade maior do
que a da luz, o leva, em questão de segundos, a locais tão longínquos que só
podem ser imaginados. Onde está o limite do universo? Alguns cientistas
(brilhantes, posto que arrogantes) julgam saber. Sabem, de fato, todavia?
Duvido! É mais provável que os poetas saibam ou ao menos desconfiem.
Porém, não me canso de admirar o
estágio de consciência que o homem já atingiu, mesmo admitindo que é
virtualmente “um nada” diante do potencial que tem e que poderia (e deveria)
ser explorado e ampliado “ad infinitum”. Com que instrumento maravilhoso a
natureza dotou esse animal atípico, que embora tendo os mesmos instintos,
necessidades e fragilidades dos demais, se destaca de todos por contar com esse
poderoso recurso!!!
O que o torna tão potente e eficaz? Há
tempos vem se tentando simulá-lo, mediante o desenvolvimento dos computadores.
Estes têm "memória" e realizam operações que pessoa alguma consegue
fazer com a mesma precisão e velocidade. No entanto... não passam de máquinas.
Não pensam. Não tomam decisões. Não se ligam sozinhos. Não sentem. Dependem do
homem para serem construídos e operados.
Ou seja, não criam, não sonham e nem
têm (e nem podem ter) emoções. O cérebro humano, por sua vez, reitero, tem
capacidade virtualmente infinita. O que o faz funcionar? Corrente elétrica?
Reação química? Magia? Ou é esse mistério dos mistérios, cuja origem e destino
são absolutamente desconhecidos e que se conhece por alma?
É nela que reside a transcendência
humana, o "sopro" divino que fez do homem o único animal inteligente
da natureza, neste e nos milhões de planetas habitados que certamente existem
em outras partes do universo. Mas isso, ou seja, a existência de seres
extraterrestres, inteligentes ou não, já é mera presunção da minha parte,
porquanto não há, até agora, a mais reles prova de que realmente existam
alhures.
Boa
leitura.
O
Editor.
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Nós e as nossas incapacidades.
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