terça-feira, 12 de março de 2013


O amor psicórdico de Adélia

* Por Talis Andrade

Continha teu amor o ar tristonho
das cousas rotineiras
Um par de fronhas antigas
onde você bordou nossos nomes
com pontos cheios de suspiros

Querias o amor eterno
meu eu prisioneiro
os pés acorrentados
as algemas das almas gêmeas

Havias planejado
envelhecermos juntos
nossos corpos enterrados juntos
na paz dos campos gerais
à sombra de um umbuzeiro
árvore sagrada
sempre verdejante

Eu queria o velo de ouro
andar outras terras outros mares
a carteira de aventureiro
o andejar vagamundo o amor
inconseqüente e passageiro

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 13 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Romance do Emparedado” (Editora Livro Rápido) e outros à espera de edição.

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