Poesia e
prece
* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral
Estou em
frente ao PC e não consigo extrair nada dessa minha cabeça. Embora tenha vários pensamentos tremulando
como as bandeirinhas de São João, nada se formula. Uma confusão total de
palavras que, ávidas, tentam amarrar-se umas ás outras, na vã tentativa de
desenhar o poema mais sutil.
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Solto os
cabelos várias vezes, ajeito os óculos, tento, tento e não consigo.A tal
sintonia, tão conhecida, companheira dos meus surtos poéticos, deve ter
adormecido. Paciência. Vou fechando as abas, as janelas, espicho um pouco a
coluna, respiro fundo umas duas vezes, resignada.
Elevo os
meus pensamentos agradecendo a Deus pelo pão nosso de cada dia, por honrar meus
compromissos, pelo meu filho que chegou da balada inteirinho... Antes de
finalizar minha prece, peço a Deus que me permita enxergar nas pequenas coisas
o “Vosso traço”.
Quanto à
poesia? Amanhã... quem sabe?
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Alinhavou bem essa aparente falta de inspiração, e, que mostra que em quem tem talento a poesia vem.
ResponderExcluirEntendo o drama expresso por você, Núbia, sobre o “branco” que às vezes acomete os escritores e, no caso, o poeta. Há dias em que o poema está prontinho na cabeça, todo alinhavado, mas falta algo essencial: as palavras que julgamos adequadas. Às vezes não é nem isso. É rigor excessivo na autocrítica o que impede que o texto nasça e brilhe. Excelente crônica, Núbia. Aliás, como excelentes são todos os textos que você produz.
ResponderExcluirMara e Pedro, grata pelos comentários e compreensão.
ResponderExcluirAbraços.