sexta-feira, 29 de março de 2013


Pílulas literárias 163

* Por Eduardo Oliveira Freire

OUTROS
Estava no ônibus e percebeu que uma foto caiu da bolsa de uma mulher que iria saltar. Chamou-a e quando ela virou, deu-lhe um sorriso. Ele a reconheceu, também, e olhou para fotografia: Eram os dois em outra época. Resolveram se conhecer novamente, já que eram outros há muito tempo.

@@@

EM PLENA MADRUGADA...
Entrou uma mosca no meu quarto:
- Você mata pessoas imaginárias!
Respondo:
- Também, insetos falantes.

@@@

NUVENS AÇUCARADAS
Sempre sonho com elas. Quando acordo, sinto-me pesado e corro para academia.

@@@

SONHO
- Vovó não resistia e sempre me dava um. Já amputei uma perna por causa da diabetes, mas, quando me lembro dos sonhos da vovó, fico bem.

@@@

BRIGADEIROS
Tia Aretuza dizia detestar doces. Mas, atravessava a madrugada comendo-os, principalmente, os brigadeiros.

@@@

A SENHORA
Ao entrar num Sebo com os netos, encontra uma revista antiga, que tinha na capa uma esplêndida moça, quase despida. Olha fixamente a foto, até que um dos netos a puxa sem paciência para ir embora. Um senhor vê a cena e sorri: “ Quem diria, virou escrava dos netos...”. Depois, compra a revista e revive a violenta paixão que viveu com a bela e impiedosa jovem.

@@@

NINA
Era fascinada pelas chamas. Quando morreu incendiada, o irmão mais novo dizia que se transformou numa fada de fogo.

@@@

MAMÃE
Nadava horas na piscina, desconectava-se do mundo. Quando ouvia meu chamado, ela parava e vinha sempre com uma concha. Não entedia como ela trazia a lembrança, já que não mergulhava no mar. Anos depois, já muito idosa, pediu-me para coloca-la na piscina e nadou até desaparecer.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor


Nenhum comentário:

Postar um comentário