Paixão
de Cristo* – Rir ainda é o melhor remédio
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Por José Calvino de Andrade Lima
Vamos rir? Era Semana Santa. Antigamente todos
os anos no bairro de Casa Amarela, Zona
Norte do Recife, era armado o circo Tomara que não chova (por não ter empanada). O proprietário do
circo havia dado, uns dias antes do espetáculo, uma pisa num rapaz, em razão do
mesmo haver dado uma cantada em sua amante.
Mas o que aconteceu? O
referido rapaz é contratado pelo diretor do espetáculo, junto aos demais
desocupados para fazer o papel de soldado (os algozes de Jesus). Jesus
carregava a cruz ao calvário, após
colocarem a coroa de espinhos (feita de palha) na cabeça. Na hora em que os
soldados chegavam a ele diziam: “Salve,
rei dos judeus!; e davam-lhe falsas bofetadas, açoitando-o com sacos de estopa.
O rapaz inimigo,
premeditadamente, colocou um “quiri” (pau) dentro do saco e danou pelo lombo do Cristo. Ao reconhecer o
dito cujo, Jesus soltou a cruz e foi em cima do inimigo. Foi aí que começou a
inesperada comédia. Brigando, Jesus leva desvantagem... e outras cacetadas
foram dadas. Cristo então corre, para alegria da platéia, que gritava: “Jesus
frouxo!”, “Jesus frouxo!”.
* Extraído do livro
Miscelânea Recife - p.127-8 - ed. 2001 - Gravado em disco - mar 2003.
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Formado em comunicações internacionais, escritor, teatrólogo, poeta, compositor
e rei do Maracatu Barco Virado. Como escritor e poeta, tem trabalhos publicados
nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco e
em vários sites... Tem 11 títulos publicados, todas edições esgotadas.
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