Tarde
demais
* Por Arita Damasceno Pettená
Era frio, muito frio .
Frio na tarde, frio em
mim..
Olhos em pranto,
Alma em desencanto,
Parti a caminhar.
E no melancólico
crepúsculo,
Ouvi uma voz que dizia:
Esqueça !
Continuei a caminhada.
Era noite, muito noite
então.
Estrelas perfilavam o
firmamento,
Num brilho nostálgico e
solitário.
E dentro da noite vazia,
Rosto banhado em luar,
Ouvi outra voz que dizia:
Perdoa!
Prossegui a cavalgada.
E já não havia mágoa
E nem mais ressentimento.
Foi quando então o coração
falou:
Volta!
Voltei.
Mas era tarde,
Muito tarde então.
Nunca mais o encontrei!
· Arita Damasceno
Pettená é membro da Academia Campinense de Letras e da Academia Campineira de
Letras e Artes
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