Francisco
* Por
Marcelo Sguassábia
O que o
Chico Buarque ouve? O que o Chico Buarque lê? O que e quem o Chico Buarque
come? De quanto seria o lance inicial de algumas caspas do homem, colhidas por
um garçom na mesa de um café de Saint Germain em um obscuro outono dos anos 90?
Para quem seria o seu primeiro pensamento, ao acordar da soneca vespertina após
o risoto com tinta de lula regado a vinho?
Já teria
ele falado com alguma atendente de telemarketing, que esqueceria os gerúndios,
gaguejaria e se perderia em seu script ao se dar conta de quem estava do outro
lado da linha? Seria PC ou Mac o ambiente onde salvara um primeiro esboço da
letra prometida para o Guinga musicar, e fadada à eterna inconclusão? Saberia
da existência de uma certa Carolina, de Itaquaquecetuba, que passados tantos
anos ainda guarda com ela toda a dor desse mundo? Cerdas duras, médias ou
macias, e quantas vezes ao dia?
Agora, um
pouco de escatologia: seria Chico um praticante da automucofagia? Rimou, mas é
de rimas que se faz um Chico. Ricas, sem pé quebrado. Fala com o João Gilberto?
Faz exame de próstata, dá comida ao cachorro, mete-se com a vida alheia, se
atreveria a desviar da caminhada no Leblon para um suco de fruta do conde em
Paquetá? O que haverá em seu lixo? Deixou pronto seu epitáfio? Já tem uma
opinião formada sobre o xará, Papa Francisco?
* Marcelo
Sguassábia é redator publicitário. Blogs: WWW.consoantesreticentes.blogspot.com (Crônicas e Contos) e WWW.letraeme.blogspot.com (portfólio).
Embora eu não seja fá incondicional do Chico, não me seduzo pelos seus belos olhos e menos ainda pelo seu sorriso devastador, entendo-o como um gênio da Literatura na forma de música. Ele é o CARA!
ResponderExcluirAbração Marcelo!
Sou louca por Chico Buarque e posso assegurar-lhe que ele não faz nada disso. Um gênio imortal não tem caspa e nem cuspe. Adoro!
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