sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pílulas literárias 210


* Por Eduardo Oliveira Freire


O QUE É GANHAR OU PERDER TEMPO?

Não tenho uma resposta definida. Quando escrevo ou tiro uma foto, na verdade, brinco de faz de conta e entro no mistério da vida. Quero pegar a lua como se fosse uma bola de gude, mas, almejo a lua mítica e não o satélite natural da terra, aproximando-me dos Deuses antigos e esquecidos. Torno-me gigante e isso me dá forças, quando preciso me apequenar para me tornar um adulto responsável. Por isso, quando penso com a cabeça dos outros, sinto que perco meu tempo com tolices, porém, quando entro em contato com o mais profundo de mim, compreendo que é uma forma de não me escravizar totalmente no mundo cinzento dos adultos.

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MOMENTO

Olha o basculante do banheiro, sabe que Antônia está tomando banho. Envergonha-se do pensamento que tem. Olha a lua e se sente menos culpado, pois ela já viu esta cena várias eras. Entra e vai à cozinha e beija Laura, que se surpreende com o beijo ardente do marido. Fala para ter cuidado, já que a irmã nova dela está no banheiro. Ele diz que a espera no quarto e se fecha no quarto escuro para ninguém perceber seu desassossego.

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EM UMA TARDE DE DOMINGO


No meio do caminho havia folhas secas que o futuro do Admirável Mundo Novo pisava com indiferença. Piso nelas também querendo ser do futuro Admirável Mundo Novo, mas me tornarei ressequido como elas no meio do caminho.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/
  

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