Solitários acompanhados
* Por Sayonara Lino
Vez ou outra ainda fico surpresa com a expressão entediada dos solitários acompanhados. São aqueles que preferiram apelar para uma companhia que não seja exatamente compatível do que trilhar um caminho individual e aguardar um pouco mais para que alguém mais apropriado dê o ar da graça. É claro que isso exige uma certa dose de paciência e esperança, talvez por isso exista tanta gente insatisfeita: a dois.
Geralmente esse é o perfil dos mais carentes, que consideram dolorosa demais a própria companhia. Alguns não se suportam, os próprios pensamentos os deixam desatinados. Pulam fora e esbarram com outros que também buscam simplesmente alguém. Para formar uma dupla é um pulo.
Outro dia observei um casal cujo perfil eu já conhecia havia algum tempo. Ela sempre foi agitada, falante, baladeira, festiva, contente. Sempre desejou um parceiro com tais características. Por estar passando por um momento difícil, laçou o primeiro que lhe estendeu a mão: submisso, introspectivo, calado, todo bege. Faz tudo o que ela pede, ou melhor, manda. Não está feliz, mas ficar sozinha no momento seria quase um castigo.
Nada contra a união, pelo contrário, não acredito no isolamento como alternativa para uma vida mentalmente saudável. Apenas acredito que insistir em um relacionamento com alguém que não tenha nada a ver com o seu número pode solapar as chances de encontrar alguém mais adequado.
“Primeiro o Homem não sabia estar só. Andava sempre em hordas ululantes. E quando, por acaso, desgarrava dos demais, uivava até morrer. Era, assim, o medo que juntava os homens, e repito – a multidão nasceu do medo. O ser humano só se tornou humano, e só se tornou histórico, quando aprendeu a estar só”. Não escrevi isso. Foi Nélson Rodrigues, e aposto em sua reflexão.
* Jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. Diretora de Jornalismo e redatora da Revista Mista, que é distribuída em Governador Valadares, Ipatinga e Juiz de Fora, MG e colunista do portal www.ubaweb.com/revista.
* Por Sayonara Lino
Vez ou outra ainda fico surpresa com a expressão entediada dos solitários acompanhados. São aqueles que preferiram apelar para uma companhia que não seja exatamente compatível do que trilhar um caminho individual e aguardar um pouco mais para que alguém mais apropriado dê o ar da graça. É claro que isso exige uma certa dose de paciência e esperança, talvez por isso exista tanta gente insatisfeita: a dois.
Geralmente esse é o perfil dos mais carentes, que consideram dolorosa demais a própria companhia. Alguns não se suportam, os próprios pensamentos os deixam desatinados. Pulam fora e esbarram com outros que também buscam simplesmente alguém. Para formar uma dupla é um pulo.
Outro dia observei um casal cujo perfil eu já conhecia havia algum tempo. Ela sempre foi agitada, falante, baladeira, festiva, contente. Sempre desejou um parceiro com tais características. Por estar passando por um momento difícil, laçou o primeiro que lhe estendeu a mão: submisso, introspectivo, calado, todo bege. Faz tudo o que ela pede, ou melhor, manda. Não está feliz, mas ficar sozinha no momento seria quase um castigo.
Nada contra a união, pelo contrário, não acredito no isolamento como alternativa para uma vida mentalmente saudável. Apenas acredito que insistir em um relacionamento com alguém que não tenha nada a ver com o seu número pode solapar as chances de encontrar alguém mais adequado.
“Primeiro o Homem não sabia estar só. Andava sempre em hordas ululantes. E quando, por acaso, desgarrava dos demais, uivava até morrer. Era, assim, o medo que juntava os homens, e repito – a multidão nasceu do medo. O ser humano só se tornou humano, e só se tornou histórico, quando aprendeu a estar só”. Não escrevi isso. Foi Nélson Rodrigues, e aposto em sua reflexão.
* Jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. Diretora de Jornalismo e redatora da Revista Mista, que é distribuída em Governador Valadares, Ipatinga e Juiz de Fora, MG e colunista do portal www.ubaweb.com/revista.
Sayonara,
ResponderExcluirótima crônica !
Parabéns !
Exatamente o que eu penso.
Acredito que o " segredo" da vida é aprender a conviver consigo mesmo.
Não conhecia a frase do Nelson. Ele é o máximo, não ?
Beijos
Muito Obrigada, Celamar! Eu amo o Nélson Rodrigues, figura ímpar! Beijos!!!
ResponderExcluirBoa parte ainda aposta no "antes mal acompanhado do que só". Quando o tempo já escasseia, não há muito que esperar, nem em tempo e nem em opções.
ResponderExcluirNunca é tarde para que algo de interessante aconteça, Mara! A vida reserva muitas surpresas! Abraço!
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