Temporais
*Solange Sólon Borges
Há a vontade de transformar a quem se ama em eterno
Para que nada se macule ou degenere.
Mas a eternidade tem seu itinerário
E é outra a paisagem que nos habita:
Lagos tranqüilos e suas aves pernaltas em mergulhos bruscos
Sem medir a profundidade das águas.
Sei que não quero olhar só o espelho das águas
E imaginar seu sorriso que me sobressalta, apesar de natural.
Há a promessa de jamais deixar o outro olhar sozinho para o horizonte.
Mas o que é eterno e seguro? O ser que se ama adormece, como o rei,
Em sua condição precária e tangível.
Não, não o quero eterno, quero-o humano,
Com seus defeitos e dores,
Porque também me laceram como uma pedra arremessada ao lago
Gerando círculos concêntricos que não se sabe aonde param.
Uma hora esse universo de círculos inseguros que inventaram,
E suas marcas que nem sempre querem adormecer,
Também descansam.
São flexíveis.
Confesso: parece metafísica,
Mas aprendi a confiar em quem amo.
* Jornalista, dedica-se a diversos gêneros literários. Entre outras atividades, atua em alguns programas “O prefácio”, sobre livros e literatura. Um deles é o programa Comunique-se, levado ao ar pela TV interativa ALL TV (2003/2004). Apresentou, também, “Paisagem Feminina”, pela Rádio Gazeta AM (1999), além de crônicas diárias na Rádio Bandeirantes e na Rádio Gazeta — emissoras das quais foi redatora, repórter, locutora e editora.
*Solange Sólon Borges
Há a vontade de transformar a quem se ama em eterno
Para que nada se macule ou degenere.
Mas a eternidade tem seu itinerário
E é outra a paisagem que nos habita:
Lagos tranqüilos e suas aves pernaltas em mergulhos bruscos
Sem medir a profundidade das águas.
Sei que não quero olhar só o espelho das águas
E imaginar seu sorriso que me sobressalta, apesar de natural.
Há a promessa de jamais deixar o outro olhar sozinho para o horizonte.
Mas o que é eterno e seguro? O ser que se ama adormece, como o rei,
Em sua condição precária e tangível.
Não, não o quero eterno, quero-o humano,
Com seus defeitos e dores,
Porque também me laceram como uma pedra arremessada ao lago
Gerando círculos concêntricos que não se sabe aonde param.
Uma hora esse universo de círculos inseguros que inventaram,
E suas marcas que nem sempre querem adormecer,
Também descansam.
São flexíveis.
Confesso: parece metafísica,
Mas aprendi a confiar em quem amo.
* Jornalista, dedica-se a diversos gêneros literários. Entre outras atividades, atua em alguns programas “O prefácio”, sobre livros e literatura. Um deles é o programa Comunique-se, levado ao ar pela TV interativa ALL TV (2003/2004). Apresentou, também, “Paisagem Feminina”, pela Rádio Gazeta AM (1999), além de crônicas diárias na Rádio Bandeirantes e na Rádio Gazeta — emissoras das quais foi redatora, repórter, locutora e editora.
Solange,
ResponderExcluirBom ter você de volta enriquecendo ainda mais o espaço.
Linda poesia. Romântica,verdadeira e cheia de emoção. Adorei.
Fez bem para a alma.
Destaço :" Não, não o quero eterno, quero-o humano,Com seus defeitos e dores..."
O poema parece caso pessoal, mas tem muito de universal. Em cada frase vejo o meu amor eterno. As palavras certas, que não sei dizer, me embalam no passado, comovem meu presente e chamam lágrimas furtivas, que logo se tornam copiosas. Penso, mas não deveria fazer isso: pensar. Obrigada Solange!
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